Permanência de Manuel Salgado à frente da Lisboa Ocidental SRU nas mãos dos vereadores do PSD

A eleição de Manuel Salgado, ex-vereador do Urbanismo da Câmara de Lisboa, para a presidência do conselho de administração da Lisboa Ocidental SRU – Sociedade de Reabilitação Urbana, vai ser decidida numa reunião privada extraordinária da vereação lisboeta marcada para esta quinta-feira, através de voto secreto, pelo que só o apoio ou abstenção dos dois vereadores sociais-democratas permitirá que o arquiteto de 75 anos mantenha as funções que desempenha atualmente na empresa municipal.

Apesar de ter o único vereador com pelouros que não foi eleito pelo PS – Manuel Grilo, que tem a seu cargo a Educação e Direitos Sociais na Câmara de Lisboa, após substituir Ricardo Robles -, o Bloco de Esquerda já anunciou estar contra a eleição de Manuel Salgado, tal como o CDS-PP, que é a maior força da oposição ao executivo de Fernando Medina, com quatro vereadores, e a CDU, que tem dois. Como os socialistas só contam com oito votos, incluindo o do presidente da autarquia, bastará que os representantes do PSD e da CDU votem contra para que a proposta não possa ser aprovada.

A proposta subscrita por Fernando Medina visa aprovar a designação do representante do município na assembleia geral da Lisboa Ocidental SRU, que deverá ser o vereador da Mobilidade, Miguel Gaspar, e a indicação de Manuel Salgado como presidente do conselho de administração da empresa municipal.

Manuel Salgado deixou de ser vereador na semana passada, tendo enviado no inicio do verão uma carta de renúncia a Fernando Medina em que salientava a necessidade de “renovar os decisores e os procedimentos”. Para trás ficaram 12 anos enquanto vereador do Urbanismo (pelouro agora entregue a Ricardo Veludo), tendo chegado a vice-presidente da Câmara de Lisboa quando a autarquia era presidida por António Costa. Tamanha longevidade em funções foi acompanhada por muitas polémicas, nomeadamente devido ao envolvimento do gabinete de arquitetura que criou em diversos projetos, o que o levou a dizer que os seus mandatos tinham sido “desgastantes pelas invejas e inimizades”.

Ainda assim, o arquiteto deixou claro que pretendia continuar à frente da Lisboa Ocidental SRU, estando agora dependente de que todos os vereadores da oposição, mais o bloquista Manuel Grilo, não votem contra o seu nome.