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Petróleo: tensão geopolítica mantém preço apesar de aumento da produção

Num relatório em que analisa o mês de março, a OPEP refere que foi um período marcado pela “volatilidade” dos preços, por um crescimento “robusto” da procura e por “tensão geopolítica”.
12 Abril 2018, 16h48

O aumento da produção petrolífera fora da OPEP não baixou os preços do petróleo, que continuam em máximos de três anos, devido à “forte procura” e à “tensão geopolítica”, indicou hoje a Organização de Países Exportadores de Petróleo.

Num relatório em que analisa o mês de março, a OPEP refere que foi um período marcado pela “volatilidade” dos preços, por um crescimento “robusto” da procura e por “tensão geopolítica”.

“Os preços do petróleo subiram devido à tensão geopolítica no Médio Oriente”, afirmam os analistas da OPEP, que citam também o contributo da estratégia de cortes na produção adotada pela organização, a debilidade do dólar e a “expectativa de uma maior procura”.

A crescente hostilidade entre Estados Unidos e Irão, a situação na Síria, com atritos entre Washington e Moscovo, e um possível agravamento da guerra no Iémen e seu efeito na Arábia Saudita, aumentaram a preocupação nos mercados petrolíferos nas últimas semanas.

Os analistas da OPEP temem uma maior desestabilização do Médio Oriente, onde é produzida a maior parte do petróleo mundial.

A esta situação acresce ainda a inquietação que a disputa comercial entre Estados Unidos e China, as duas maiores economias mundiais, terá na procura.

Neste cenário, tanto o preço do crude da OPEP como o Brent e o petróleo WTI do Texas estão no nível mais alto desde finais de 2014. O preço do barril de crude da OPEP estava na quarta-feira a 68,29 dólares.

Os analistas do grupo reviram ligeiramente em alta os seus cálculos para a procura mundial de petróleo em 2018 (mais 30.000 barris por dia), o que situa a procura em 97,07 milhões de barris por dia, um aumento de 1,63 milhões em relação ao ano anterior.

A OPEP prevê ainda um recuo de 300.000 barris por dia em 2018 nos 14 países da organização (para 32,6 milhões de barris), mas antecipa também que a produção dos concorrentes do grupo aumente significativamente, em particular nos Estados Unidos.

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