[weglot_switcher]

Petrolífera saudita Aramco coloca participação de 1,5% em bolsa

“A primeira oferta incidirá sobre 1,5% das ações da empresa”, disse a Aramco, num comunicado em que se afirma que a faixa do preço das ações foi fixada entre os 8 e os 8,5 dólares norte-americanos.
  • Sergei Karpukhin/Reuters
17 Novembro 2019, 13h23

A gigante petrolífera saudita Aramco anunciou hoje que vai colocar 1,5% do seu capital social na bolsa de Riade, uma operação que avalia a empresa em cerca de 1,7 biliões de dólares (1,54 biliões de euros).

“A primeira oferta incidirá sobre 1,5% das ações da empresa”, disse a Aramco, num comunicado em que se afirma que a faixa do preço das ações foi fixada entre os 8 e os 8,5 dólares norte-americanos.

Esta operação deverá trazer entre 24 e 25,5 mil milhões de dólares (entre 21,8 e 23 mil milhões de euros).

A empresa afirma ter 200 mil milhões de ações regulares, pelo que uma participação de 1,5% na empresa seria cerca de 3 mil milhões de ações.

Assim, a participação de 1,5%, ao preço máximo (8,5 dólares) permitirá captar 25,5 biliões de dólares, e ao preço mínimo permitirá captar 24 mil milhões de dólares.

Isso colocaria a avaliação global da empresa entre 1,6 e 1,7 biliões de dólares norte-americanos.

A petrolífera estatal saudita Aramco, a empresa com mais lucros do mundo, iniciou hoje a subscrição de ações, no âmbito da sua entrada em bolsa.

A subscrição de ações por investidores privados termina em 28 de novembro, que serão unicamente da Arábia Saudita por decisão da empresa, e até 04 de dezembro segue-se a subscrição para investidores institucionais.

No dia 04 de dezembro será anunciado qual será o preço final da oferta.

Primeiro exportador mundial de crude, a Arábia Saudita tentou introduzir em bolsa a Aramco pela primeira vez em 2018, antes de recuar devido às condições de mercado consideradas desfavoráveis, avançando agora essa operação.

Tudo isto acontecerá na bolsa Tadawul, o mercado bolsista de Riade, que tem 12 anos e será o único em que estarão cotadas as ações da Aramco.

O príncipe herdeiro saudita, Mohammed Bin Salman, espera que a empresa petrolífera venha a ser reavaliada, aumentando consideravelmente o valor, o que pode permitir a Riade empreender novos investimentos.

Mais de vinte bancos, entre eles J.P. Morgan, BofA Merrill Lynch, Deutsche Bank, Credit Agricole Morgan Stanley e Santander formam parte da lista da entidades que participam na colocação desta oferta.

Os sauditas esperam captar capital de grandes públicos internacionais, especialmente da Rússia e da China.

Contudo, persistem dúvidas sobre o futuro da empresa que produz 10% do crude mundial, depois de Aramco ter sofrido em setembro vários ataques com drones e mísseis contra as suas instalações.

Os ataques foram reivindicados pelos rebeldes Huthis do Iémen, que criticam o apoio da Arábia Saudita ao Governo de Abdo Rabu Mansur Hadi na guerra nesse país, enquanto Riad responsabilizou o Irão.

A entrada em bolsa da Aramco terá de mudar de forma significativa a política de informação da empresa, habitualmente opaca, que terá de passar a dar explicações a investidores e acionistas.

 

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.