O Ministério Público requereu o prolongamento da fase de inquérito devido à especial complexidade do processo que já conta com 40 detidos, entre os quais Bruno de Carvalho e o líder da Juve Leo que foram nesta terça-feira, 13 de Novembro presentes ao juiz de instrução criminal do Tribunal do Barreiro para primeiro interrogatório. O ex-presidente do Sporting e Mustafá não chegaram a ser ouvidos devido à greve dos funcionários judiciais, mas foram iniciados os procedimentos com vista ao interrogatório que é retomado amanhã.
“O Ministério Público requereu a declaração de especial complexidade”, revelou ao Jornal Económico fonte oficial da procuradoria Geral da República (PGR) quando questionada pelo Jornal Económico sobre este requerimento do MP de 8 de novembro, após um primeiro despacho de 7 de Novembro que não tinha previsto o prazo de 10 dias para notificar os arguidos no processo com vista à sua defesa se pronunciar.
Caso a decisão judicial ao requerimento do MP seja favorável, a investigação ao ataque à Academia do Sporting em Alcochete, ocorrido a 15 de maio, pode, assim, continuar por mais seis meses. Na prática, isto significa que os primeiros 23 primeiros detidos neste processos, cujo prazo para deduzir a acusação termina nesta quarta-feira, 14 de Novembro, vão continuar detidos.
O requerimento do MP para prolongar por mais seis meses este prazo terá dado entrada na quinta-feira passada, tendo os advogados dez dias (mais três de multa) para se pronunciar. Período que já ultrapassa a data limite para a acusação.
Com esta iniciativa, o Ministério Público pretende ganhar tempo para a investigação que está agora a cargo da GNR, e que é dirigida pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa.
O Ministério Público justifica o pedido de prolongamento da investigação com a especial complexidade do processo que envolve 40 arguidos detidos e que exige a análise de muitas escutas telefónicas, mensagens que estavam em telemóveis e outros dados recolhidos pela investigação, aos quais se juntam as apreensões feitas este domingo na casa de Bruno de Carvalho (telemóvel, computador pessoal e o tablet da filha) e de ‘Mustafá’ e na sede da Juventude Leonina (20 gramas de cocaína, haxixe, bem como bilhetes para assistir ao jogo com o Desportivo de Chaves).
Bruno de Carvalho indiciado por 56 crimes
Sequestro, terrorismo e até um crime de detenção de arma proibida. Estes são apenas alguns dos crimes que constavam no mandado de detenção do ex-presidente do Sporting.
O ex-presidente do Sporting Clube de Portugal terá sido indiciado por 56 crimes no mandado de detenção: dois crimes de dano com violência, 20 crimes de sequestro, um crime de terrorismo, 12 crimes de ofensa à integridade física qualificada, um crime de detenção de arma proíbida e 20 crimes de ameaça agravada.
O ex-presidente do clube lisboeta, que está detido nas instalações da GNR de Alcochete, e Mustafá foram nesta terça-feira, 13 de novembro, presentes ao juiz de instrução criminal do Tribunal do Barreiro para primeiro interrogatório.
O ex-presidente do Sporting e Mustafá não chegaram a ser ouvidos devido à greve dos funcionários judiciais, mas foram iniciados os procedimentos com vista ao interrogatório que é retomado amanhã.
As diligências desta terça-feira começaram com um atraso. Estava previsto começarem às 11h da manhã, mas só arrancaram quase uma hora depois, por volta das 11h50, devido à greve parcial entre as 9 e 11 horas dos funcionários judiciais, que arrancou a 5 de Novembro e vai decorrer até 31 de dezembro. Esta greve parcial está também marcada a partir das 16 horas, pelo que os interrogatórios propriamente ditos foram adiados mais um dia, sendo retomados amanhã a partir das 10 horas.
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