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Plano de Recuperação ajuda a economia a crescer 0,5 pontos percentuais, estima o Governo

Governo estima um crescimento do PIB de 5,4% em 2021 e uma expansão de 3,6% em 2022. Nos cálculos do Governo, sem o Plano de Recuperação o Governo estima que a economia crescesse 5% no próximo ano e 3,4% em 2022.
  • Pedro Siza Vieira e António Costa
15 Outubro 2020, 11h51

O Governo estima que sem o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) a economia portuguesa crescesse em média menos 0,5 pontos percentuais (p.p.).. Nas contas do Governo, a ajuda europeia irá permitir que o PIB atinja em 2030 níveis “idênticos” a um cenário sem a crise provocada pela pandemia.

“O caráter transformador das medidas a apoiar no âmbito do PRR evidenciam que, na sua ausência, o crescimento do PIB no período 2021-26 seria, em média, 0,5 p.p. inferior ao que se espera alcançar com a concretização do Plano, permitindo que em 2030 a economia portuguesa tenha recuperado inteiramente do choque provocado pela pandemia, atingindo um PIB idêntico ao que alcançaria num cenário de inexistência desse choque”, refere o esboço entregue esta quinta-feira pelo primeiro-ministro à Comissão Europeia.

Numa análise sobre o contexto e o cenário macroeconómico, o Executivo explica que a contração da economia portuguesa deverá ser de 8,5%, este ano, antes de recuperar para um crescimento de 5,4% em 2021. Em 2022, espera uma expansão de 3,6%; de 3,3% em 2023; de mais 0,1 p.p. em 2024; de 2,6% em 2025; e de 2,4% em 2026. Sem o PRR, o Governo estima que a economia crescesse 5% no próximo ano e 3,4% em 2022, enquanto em 2023 o PIB cresceria 2,5%, 2,3% em 2024, 2,2% em 2025 e 2% em 2026.

“Este cenário tem subjacente a implementação de políticas públicas que visam mitigar o efeito negativo da situação pandémica, mas também iniciar o processo de recuperação, criando as condições para uma economia mais resiliente”, refere o Governo.

No PPR, realça ainda que as medidas de apoio ao investimento público e privado “assumem um papel crucial na recuperação da economia” uma vez que permitem “a realização de investimento e a manutenção e criação de emprego, potenciando um crescimento económico que, sem essas medidas, seria inferior em 0,4 p.p. já em 2021”.

“O efeito virtuoso do PRR é visível nas taxas de crescimento anuais ao longo de todo o exercício de projeção. Traduz-se também em importantes ganhos ao nível da taxa de desemprego, que, sem o impulso das medidas constantes do PRR, não regressaria, no horizonte de projeção, aos valores pré-pandemia. Finalmente, potencia ainda um melhor desempenho orçamental, com uma redução dos défices previstos para o período considerado”, sublinha.

O Governo assinala, ainda que estima “um impacto estrutural do PRR na economia portuguesa (expansão da curva da oferta) de 0,25 p.p. em relação ao PIB num contexto sem pandemia”, pelo que “o crescimento do PIB potencial da economia passa de 1,8% para 2,1% no período pós-Plano de Recuperação e Resiliência”.

(Primeiro parágrafo corrigido. Onde se lia “2023” deveria ler-se “2030”)

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