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Plano de revisão estratégica do Crédit Suisse pode levar à fusão com rival UBS, avança Reuters

A Reuters avança que alguns administradores executivos debateram medidas, tais como uma fusão com o UBS, ou o spin-off do banco suíço com sede em Zurique para preparar o resto do negócio para uma fusão, recortando o banco de investimento ou vendendo o seu negócio de gestão de ativos. A venda do banco nos EUA também pode ser uma opção.
  • Horta Osório
25 Junho 2021, 12h09

A administração de topo do Credit Suisse, que tem como chairman António Horta-Osório, está sob pressão para apresentar um plano de revisão estratégica para o banco suíço atingido pelos escândalos recentes com os casos Archegos e Greensill Capital, e que pode incluir uma possível fusão com o rival UBS, disseram à Reuters três pessoas familiarizadas com o assunto.

Os gestores executivos do Credit Suisse temem que o principal banco suíço, vulnerável a escândalos, possa ser alvo de litigância por investidores que perderam dinheiro e que exigem sua dissolução e temem que a queda das ações no mercado torne o banco alvo de uma aquisição hostil estrangeira, disseram as mesmas fontes à Reuters.

O novo presidente, Antonio Horta-Osorio, anunciou uma revisão estratégica no final de abril aos investidores, dizendo que levará o tempo que for necessário até tomar as decisões difíceis que o aguardam.

Na assembleia geral anual de abril, o banqueiro português Horta-Osório já tinha criticado o papel do banco nos escândalos da Archegos Capital Management e do Greensill, prometendo dedicar o  seu tempo a uma ampla revisão estratégica do negócio.  Aviso que colocou os trabalhadores do Credit Suisse em alerta máximo.

O banco suíço teve de rever os seus negócios depois de gastar mais de 5 mil milhões de dólares para se desfazer das operações do family office Archegos e enfrenta uma enxurrada de ações legais para ajudar os clientes a investirem os 10 mil milhões de dólares de títulos de dívida emitidos pela empresa que entrou em insolvência, a Greensill Capital.

A Greensill, entidade britânica, viu o banco que detém ser encerrado e o fundo que geria com o Credit Suisse, de 10 mil milhões de dólares, ser liquidado, acabando por declarar insolvência.

“O Credit Suisse precisa de um acordo de fusão imediatamente”, disse uma pessoa próxima do banco à Reuters, que acrescentou que “há uma preocupação crescente em Zurique de que investidores ativistas irão atrás deles, se ficarem parados”. A Reuters avança que alguns administradores executivos debateram medidas, tais como o spin-off do banco suíço local para preparar o resto do negócio para uma fusão, recortando o banco de investimento ou vendendo o seu negócio de gestão de ativos, disseram duas fontes à Reuters.

Um outra fonte disse que a venda do banco de investimento do grupo nos Estados Unidos também era uma opção.

A administração do Credit Suiss deve se reunir na próxima semana, disse uma fonte à Reuters que cita ainda uma “pessoa com conhecimento do assunto” a dizer que os principais executivos querem examinar as propostas de reestruturação no início de julho.

Ontem, a Bloomberg relatou um encontro virtual de colaboradores do Crédit Suisse, onde António Horta-Osório enviou uma mensagem de tranquilidade ao banco de investimento.

Os banqueiros de investimento do Credit Suisse Group AG esperam que o novo presidente Horta-Osorio melhore seus ânimos após uma saída fulminante de grandes talentos ficaram desapontados durante uma recente reunião em Londres.

Depois do prejuízo de 5,5 mil milhões de dólares, o banco de investimento já está a reduzir a sua unidade de hedge funds e a cortar laços com clientes, o que faz especular que mudanças maiores estão a caminho.

Mais de 50 funcionários de frontoffice deixaram a empresa desde que os problemas mais recentes começaram em março deste ano, enquanto os concorrentes vêem o segundo maior banco da Suíça como um campo fértil de caça para talentos que de outra forma seriam difíceis de recrutar. Isso inclui pelo menos 20 diretores de topo em funções-chave na unidade de valores mobiliários. As saídas de quadros do Crédit Suisses foram para rivais, incluindo Morgan Stanley, Citigroup Inc., JPMorgan Chase & Co. e Jefferies Financial Group Inc.

Horta-Osório disse aos banqueiros do banco suíço, na reunião presencial e virtual, que a empresa tinha um grande negócio de gestão de fortunas “com serviços auxiliares”, de acordo com várias fontes, citadas pela Bloomberg.

Para alguns dos top dealmakers e traders de mercados, essas palavras foram entendidas como um golpe, já que o banco de investimento gera mais receitas do que qualquer outra divisão do grupo e encontra-se no top 10 a nível mundial.

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