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Plataforma de blockchain britânica vem para Lisboa e procura 60 trabalhadores

A startup Vakt, com sede em Londres, pretende modernizar o comércio das ‘commodities’. Recebeu investimento da banca e de petrolíferas e é liderada por um antigo executivo da JP Morgan. Ao Jornal Económico, Etienne Amic diz que aquilo que o trouxe a Portugal foi a “pool de talentos” na tecnologia.
21 Fevereiro 2019, 10h30

Chama-se Vakt, é gerida por um ex-executivo da JP Morgan e é a nova startup estrangeira a assentar arraiais em Portugal, mais concretamente em Lisboa. A empresa britânica, ligada às matérias-primas, anunciou esta quinta-feira que vai criar uma equipa própria no país, deixando de ter parceiros a desenvolver o seu produto, e abrir um centro de desenvolvimento na capital.

O objetivo da ferramenta da Vakt, lançada em novembro de 2018, passa por transformar o comércio físico de commodities(brent, gás, ouro, prata, cobre, alumínio…), eliminando processos baseados no papel e prometendo ganhos de eficiência e redução de custos no processamento pós-negociação. Construída através da tecnologia blockchain, a empresa defende que disponibiliza uma “única fonte de verdade” para compradores e vendedores, protegida por auditoria distribuída e inalterável.

O empresário francês Etienne Amic é o principal rosto por trás deste negócio. Em declarações ao Jornal Económico, reforça que aquilo que o trouxe a terras lusas foi a “pool de talentos no ramo tecnológico. ”Conheço o mercado bastante bem. Comecei há algumas semanas mas vai ser um bom ano de 2019”, antecipa.

O ex-managing director da JP Morgan Chase acredita que uma das valências mais importantes da empresa é o facto de permitir criar união entre os traders concorrentes para gerar inovação neste ramo. “A indústria do trading petrolífero é bastante extensa. Nós conhecemos os nomes principais, as empresas grandes, mas também há outros players, por exemplo, chineses. Para avançar na tecnologia precisamos de ter massa crítica e isso só se consegue com consórcio”, explica.

De acordo com Etienne Amic, os utilizadores têm entre 30% a 40% mais eficiência nos processamentos pós-negociação, permite mais confiança ao trader doméstico e garante confidencialidade, descentralização do trading e que “a qualidade das matérias-primas do vendedor é a certa”. “O que a blockchain permite é que esta complexidade toda durante o processo se dilua e que a fonte seja partilhada por todos os participantes”, sintetiza o ainda cofundador da Vortexa (empresa de analítica para o mercado dos produtos refinados) e fundador e sócio da sociedade de capital de risco CommodiTech Ventures.

Enquanto empresa a Vakt nasceu em 2017, com o apoio das petrolíferas BP, Shell, Equinor e, mais tarde, Total, dos bancos ABN Amro, ING e Société Générale e das empresas internacionais de comercialização de matérias-primas Gunvor (Suíça), Koch Supply & Trading (EUA) e Mercuia Energy Trading (Suíça).

O investimento em Portugal – cujo espaço físico deverá estar totalmente operacional até ao final do terceiro trimestre deste ano, passa pela contratação de 60 profissionais na área da tecnologia, gestão de projeto, análise de negócio, programação, insfraestrutura e apoio ao cliente. O gestor brasileiro André Vasconcelos é o country manager da Vakt para Portugal.

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