[weglot_switcher]

Plataforma para planeamento de cirurgias faciais nasce na Universidade de Coimbra

Projeto de desenvolvimento tecnológico inovador junta academia e empresas e vai ter financiamento do Portugal 2020.
23 Junho 2019, 09h58

Uma equipa de investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra integra um consórcio nacional que vai desenvolver uma plataforma que permite a simulação e visualização 3D para usar no planeamento de cirurgias faciais e tratamentos ortodôntico-cirúrgicos.

O projeto a que foi dado o nome de “ARTHUR – 3D Dentofacial Surgery Full Planning conquistou um financiamento de cerca de 800 mil euros no âmbito do programa Portugal 2020.

Em comunicado, a Universidade de Coimbra explica que a plataforma será “capaz de prever, de forma foto-realista, o impacto real na máscara facial do paciente (tecidos moles) das possíveis alterações a efetuar a nível de estrutura óssea e dentes (tecidos duros)”.

Neste inovador projeto, a equipa da Universidade de Coimbra, constituída por Francisco Caramelo, investigador do Laboratório de Bioestatística e Informática Médica doiCBR – Instituto de Investigação Clínica e Biomédica de Coimbra, e Francisco do Vale, diretor do Instituto de Ortodontia, é acompanhada pelas empresas CODI, Instituto Português da Face e Universidade de Aveiro.

“Este projeto de desenvolvimento tecnológico surgiu de uma ideia do Dr. David Sanz – cirurgião maxilo-facial que então exercia no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra-CHUC) -, que decidiu desenvolvê-la connosco, devido à longa e profícua relação entre o Instituto de Ortodontia da FMUC e o serviço de cirúrgia maxilo-facial do CHUC, na prestação de serviços médicos à comunidade”, explica Francisco Vale. O médico diz também que ao projeto foi dado o nome de  ‘Arthur’ em memória do ex-Diretor do Serviço de Cirurgia Maxilo-Facial do CHUC, Dr. Artur Ferreira.

Segundo a Universidade de Coimbra, Francisco do Vale fará o acompanhamento dos doentes submetidos a tratamento ortodôntico-cirúrgico e coordenará os procedimentos clínicos necessários à obtenção dos modelos virtuais. Por sua vez, Francisco Caramelo ajudará desenvolver os procedimentos técnicos para aumentar o rigor científico na execução do projeto.

O objetivo principal do projeto Arthur é “contribuir eficazmente para o tratamento de doenças e deficiências faciais, congénitas ou adquiridas, ou outras situações que levem à deformação facial”, aponta Francisco do Vale. A nova plataforma também poderá abrir outras possibilidades: “Ao integrar de forma precisa e realista a imagem tridimensional dos ossos da face de um indíviduo, poderão ser criados modelos virtuais para posterior aplicação noutros ramos da medicina, que vão desde a cirurgia estética até à medicina forense”, conclui Francisco Caramelo.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.