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Plataformas Tecnológicas Disruptivas

A automação veio para ficar e para alastrar a cada vez mais áreas e atividades, permitindo maior qualidade dos bens produzidos, um aumento de produtividade e de segurança, um uso mais eficiente dos materiais, menos horas de trabalho humano por semana e mais segurança e higiene no trabalho, menores tempos de produção e distribuição de produtos.
11 Maio 2021, 07h15

Há cerca de um século o mundo assistia à evolução simultânea de três plataformas tecnológicas disruptivas: rede elétrica, telefones e veículos automóveis. A rede elétrica foi disruptiva porque esteve na base do desenvolvimento de um conjunto enorme de áreas da vida económica, industrial e pessoal: eletrodomésticos, lâmpadas, máquinas industriais e toda uma panóplia de novos produtos e serviços. Os telefones revolucionaram a forma como as pessoas e as empresas comunicavam, poupando tempo e viagens e tornando mais eficiente e simples o uso do tempo.

Os automóveis e mais tarde os autocarros e camiões revolucionaram a forma como as pessoas deslocavam-se, viviam, bem como toda a logística de produção e distribuição de produtos.

Atualmente, um quarto de século depois da generalização do uso da internet, temos o privilégio de assistir ao desenvolvimento não de três, mas de cinco plataformas tecnológicas disruptivas, não só em simultâneo, mas também convergentes: Armazenamento Energético, Inteligência Artificial, Robótica, Sequenciação Genética, e Tecnologia Blockchain. Estas cinco plataformas já dobraram o cabo das tormentas dos custos baixos e permitem agora o desenvolvimento barato e exponencial, ou seja, a massificação, de inúmeras tecnologias: Aprendizagem de Máquina
Profunda (Deep Learning), Automação, Carteiras Digitais, Centros de Processamento de Dados, Criptomoedas, Despistagem de Cancros, Drones, Exploração Espacial, Impressão 3D, Sequenciação Genética de Terceira Geração (Long-Read Sequencing), Mundos Virtuais, Terapia Genética, Transporte Autónomo, Veículos Elétricos, entre muitas outras.

Irei falar-vos apenas de três para ficarem apenas com um pequeno panorama do que é o admirável mundo novo que estamos a viver neste início do século XXI: automação, carteiras digitais, e deep learning.

A automação veio para ficar e para alastrar a cada vez mais áreas e atividades, permitindo maior qualidade dos bens produzidos, um aumento de produtividade e de segurança, um uso mais eficiente dos materiais, menos horas de trabalho humano por semana e mais segurança e higiene no trabalho, menores tempos de produção e distribuição de produtos.

Uma carteira digital, ou e-Wallet, é um programa que permite autenticar credenciais, guardar criptomoedas ou efetuar transações eletrónicas.

O deep learning e outros métodos similares de aprendizagem de máquina baseados em redes neurais artificiais consiste no uso de algoritmos de aprendizagem de máquina que permitem o desenvolvimento, por exemplo, de análise de imagens médicas, bioinformática e medicamentos, deteção de fraudes financeiras, gestão de relacionamento com o cliente, observação militar, processamento de arte visual e de linguagem natural, publicidade móvel, reconhecimento automático de imagens e de voz, restauração de imagens, e sistemas de recomendação.

O desenvolvimento dos negócios associados a estas tecnologias será certamente exponencial ao longo da década de 2020, podendo mesmo atingir uma capitalização de algumas dezenas de biliões de euros, incluindo start-ups que ainda estão por criar. É nestas áreas que se deveria centrar o grosso dos estímulos e incentivos, para além de toda uma cultura e sistema educativo e formativo que é necessário para a criação de talentos relevantes nesta área. É o que tem sido feito em Israel e Taiwan, por exemplo. Porque não desenvolvermos na nossa região um cluster, por exemplo, de 3D Printing, FinTech e Next Generation Internet?

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