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Poderá a polícia fazer greve? “Paciência já está no limite”, avisa sindicato

Em comunicado, o Sindicato Nacional da Polícia reage à possibilidade de os polícias ficarem de fora do descongelamento da progressão nas carreiras e afirma poder realizar ações de protesto “inéditas em Portugal”. O seu presidente diz que “tudo está em cima da mesa”, quando questionado sobre a possibilidade de uma greve na polícia.
30 Agosto 2017, 16h58

O comunicado do SINAPOL – Sindicato Nacional da Polícia deixa velada essa possibilidade. A nota enviada às redações surge em resposta a uma notícia avançada na edição de hoje do Público, que sugere que os polícias poderão estar fora do descongelamento das carreiras remuneratórias previsto para 2018 pelo Governo.

No comunicado pode ler-se que “a paciência dos polícias já está no limite” e que, “a serem verdade as intenções do Governo, (…) o SINAPOL desde já afirma que vai usar todos os meios que se encontram ao seu dispor para impedir tamanha injustiça”. E explica que, além dos meios legais, equaciona “ações de protesto diversas que podem passar por medidas nunca antes adotadas e inéditas em Portugal.

Inquirido pelo jornal Económico, Armando Ferreira, presidente do SINAPOL, diz que não pode afirmar que este comunicado é um prenúncio de greve: “Não posso dizer isso. Mas posso dizer que podemos fazer coisas que nunca foram feitas. Até agora, o que temos feito não tem tido resultado. Por isso, devemos inovar na nossa luta contra o que consideramos injusto”. E o que o SINAPOL considera injusto é que “porque alguns foram aumentados, os restantes sejam prejudicados”, diz Armando Ferreira, que acrescenta: “Quem passou a ganhar mais foi porque foi promovido. São coisas distintas”.

Greve não está excluída
Apesar de desconhecer a veracidade da notícia publicada pelo Público, o presidente do SINAPOL diz que “onde há fumo há fogo, e isso preocupa-me”. segundo Armando Ferreira, os polícias têm as suas carreiras remuneratórias congeladas desde 1 de setembro de 2005, sendo os funcionários do Estado que há mais tempo estão nesta situação. O que que “viola os princípios do direito democrático português, devidamente plasmados na Constituição da República”, diz o comunicado.

Assim, e empenhado em “não permitir que uma vez mais os polícias sejam tratados como cidadãos de segunda” – como pode ler-se no comunicado, o sindicato que representa os polícias não exclui a possibilidade de uma greve, com Armando Ferreira a concluir as declarações ao Jornal Económico com um enigmático “tudo está em cima da mesa”.

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