[weglot_switcher]

Porta-voz da Antram: “Aceitaremos negociar e vamos dar esse passo”

André Matias de Almeida, porta-voz da Antram, disse que a contra-proposta apresentada pelo SNMMP nas negociações que decorreram entre sexta-feira e este sábado representa o “maior aumento da história desde o 25 de abril”. “Estes empregadores estão no limite e vamos para o terceiro ano em decréscimo dos resultados, 40% acima do que foi acordado com os outros sindicatos”, disse.
17 Agosto 2019, 13h26

O advogado e porta-voz da André Matias de Almeida da Associação Nacional de Transportes Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram) esteve no jornal das 13h00 da SIC Notícias onde apelou ao Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) para levantar a greve.

O porta-voz da Antram reiterou que a associação dos patrões do setor apenas admite negociar se não houver greve. “As partes fazem o cessar-fogo e só depois negoceiam. Ninguém negoceia durante o conflito e foi isso que sempre dissemos. Assim foi com o SIMM, assim foi com a Fectrans e assim foi com o SNMMP”, disse André Matias de Almeia.

Em relação às negociações entre o SNMMP e a Antram, mediado pelo Governo, André Matias de Almeida disse que “depois de terem dado o primeiro passo [a suspensão da greve], apresentamos uma proposta”.

“Essa proposta vai além dos protocolos assinados a 17 de maio e incluímos alguns incentivos para se chegar a um entendimento, o que representa já um esforço além do que foi protocolado”, vincou o porta-voz da Antram.

Questionado sobre se a proposta apresentada na sexta-feira ao SNMMP era diferente das propostas já apresentadas às outras frentes sindicais, Antré Matias de Almeida respondeu que “é a mesma proposta”. “Os outros sindicatos também representam motoristas de matérias perigosas e nós não podemos fazer uma discriminação entre motoristas”.

“Esta proposta que assinámos vai além dos protocolos que assinámos a 17 de maio com o sindicato das matérias perigosas. Isto significa que as empresas e os empregadores deram mais um passo em frente”.

O porta-voz da Antram revelou que a contra-proposta apresenta pelo SNMMP traduziu-se num aumento de 40% do subsídio de operações, “que é um subsídio novo, não existia”.

Questionado sobre se esta contra-proposta do SNMMP é praticável pelos patrões do setor, André Matias de Almeida disse que “nós temos de nos adaptar à realidade do nosso país”. “Nós falamos do maior aumento da história desde o 25 de abril. Estes empregadores estão no limite e vamos para o terceiro ano em decréscimo dos resultados, 40% acima do que foi acordado com os outros sindicatos”, respondeu o porta-voz da Antram.

“É incomportável e não é justo”, vincou André Matias de Almeida.

O porta-voz da Antram disse ainda que a associação “está firmemente empenhada” em negociar. “Sempre dissemos que aceitaríamos negociar e vamos dar esse passo”, revelou André Matias de Almeida. “Esse passo por apelar ao SNMMP que não continue a greve, e vamos propor ao Governo a mediação”.

Inicialmente, a Antram recusou a mediação do Governo no processo negocial  proposta pelo SNMMP porque este sindicato estava em greve. Mas André Matias de Almeida explicou que se este sindicato deixar de estar em greve, a Antram aceita a mediação. “Hoje mesmo proporemos a mediação”, anunciou.

André Matias de Almeida reconheceu que, desde pré-anúncio de greve, “não há ninguém que não tenha sofrido desgate”. “A crispação de relações que esta greve veio trazer – desde abril até hoje – é uma coisa que demorará anos a recuperar e é nesse sentido que proporemos a mediação para irmos para a mesa de negociações”, disse.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.