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Cuidado: Estas são as cinco principais burlas praticadas online

No primeiro trimestre de 2020, o Portal da Queixa registou 1.377 reclamações relativas a esquemas de burla e fraude, o que representou um aumento de 34% face ao ano anterior, onde tinham sido verificadas 1.024 reclamações.
7 Abril 2020, 13h39

O Portal da Queixa emitiu esta terça-feira, 7 de abril um comunicado no qual deixa um alerta à comunidade portuguesa sobre as cinco principais burlas que estão a ser praticadas através da internet.

No primeiro trimestre de 2020, o Portal da Queixa registou 1.377 reclamações relativas a esquemas de burla e fraude, o que representou um aumento de 34% face ao ano anterior, onde tinham sido verificadas 1.024 reclamações.

Olhando apenas para o início do Estado de Emergência em Portugal devido ao surto do coronavírus, o Portal da Queixa registou 356 reclamações relacionadas com burlas e fraudes, numa média de 16 queixas por dia.

Não é por isso de estranhar que uma das principais burlas esteja relacionada com a pandemia, mais concretamente com a venda de equipamentos de proteção individual para o combate à Covid-19. Com a escassez de produtos nas farmácias e supermercados muitos consumidores acabam por recorrer à internet.

O Porta da Queixa diz que “não é aconselhável a compra destes produtos em sites que não apresentem as mínimas garantias de idoneidade na entrega e no preço praticado, como por exemplo sites estrangeiros que vendem, não só, máscaras de proteção, como gel desinfetante e medicamentos que combatem o vírus”.

Para atestar à veracidade destes sites os consumidores devem estar atentos a sinais como “a falta de certificado de segurança dos sites (vulgo cadeado verde que se encontra na barra de endereço do navegador de internet), procurar por contactos reais como telefone e morada física da empresa vendedora (de forma a poder identificar caso seja necessário) e, principalmente, efetuar uma pesquisa exaustiva nos motores busca e no Portal da Queixa, na tentativa de encontrar testemunhos de outro consumidores, com vista a validar a idoneidade do site em causa”.

Entre outras burlas cometidas via online está o roubo de dinheiro através da aplicação da SIBS – MB WAY, onde se verificou um aumento na ordem dos 391%, face ao primeiro trimestre de 2019. Nos três primeiros meses deste ano, foram registados na plataforma 118 casos, (entre janeiro e março de 2019 foram 24 casos).

Explica o Portal da Queixa que o método utilizado para esta prática surge quando o alegado criminoso “convence a vítima (interessada no produto à venda), que apenas o pode pagar por MB WAY. No seguimento, convida a vítima a dirigir-se a uma caixa MULTIBANCO e colocar o seu cartão bancário, acedendo ao registo na aplicação MB WAY. Nesse momento, consegue de forma ardilosa que a vítima coloque o número de telefone do alegado burlão, como titular do acesso à conta, permitindo a este o levantamento imediato de montantes em dinheiro. De seguida, desliga o telefone, deixando a vítima sem dinheiro na conta”.

Outro dos crimes praticados são as SMS ou emails fraudulentos em nome dos CTT. O Portal da Queixa revela que nos últimos dias vários consumidores receberam um e-mail ou uma SMS em nome dos CTT, com falsos conteúdos para “efetuarem o pagamento de uma taxa, no sentido de desbloquear a encomenda de um equipamento telefónico de última geração, que aguarda na alfândega”. Acontece que o valor proposto, além de muito inferior, ao equipamento, alega igualmente que foi ganho num concurso e, “por apenas um euro, o consumidor poderá receber esta fantástica oferta”. O principal objetivo desta fraude passa por “recolher todos os dados bancários que o utilizador irá fornecer, com vista à utilização indevida destes dados, para acesso às contas bancárias, através do conhecido processo de phishing”.

O mesmo tipo de SMS e emails têm sido enviados para que os consumidores paguem de imediato uma dívida da EDP ou MEO, sob pena de ser efetuado o corte do serviço. O Portal da Queixa alerta os consumidores para que “não efetuem nenhum pagamento que não seja enviado diretamente pelo fornecedor do serviço“, sendo que para avaliar a fiabilidade do remetente, “os consumidores devem estar atentos a sinais como o e-mail usado para o envio, a forma de escrita, se não contém erros ou traduções com erros gramaticais, a forma de pagamento, mesmo que por referência bancária, deve sempre pesquisá-la no Google para despistar a burla através da opinião de alerta de outros consumidores. Em caso de dúvida, não pague e remeta a queixa para as autoridades policiais”.

Uma das burlas mais praticadas diz respeito a passatempos fraudulentos em nome da Worten ou Continente. Também aqui a comunicação é feita através de SMS, no qual é referido que “é vencedor(a) de um passatempo/sorteio e ganhou um prémio”. O objetivo é levar a vítima a pensar que foi vencedora de um sorteio e para recolher o prémio, basta clicar numa ligação que a levará para o preenchimento de um formulário. O problema reside precisamente nesse formulário que vai servir para “roubar os dados pessoais e bancários, como também efetua a subscrição para o recebimento de SMS de valor acrescentado com um custo a rondar os cinco euros semanais e serem debitados do saldo de telecomunicações da vítima”.

As duas empresas já alertaram que “não efetuam sorteios e/ou passatempos nestes moldes e aconselham sempre os consumidores a consultarem os sites e redes sociais das marcas, por forma a validarem os passatempos que estarão a decorrer”. O Portal da Queixa avisa também que no caso do consumidor desconfiar da fonte, deve “sempre abandonar o site e efetuar queixa nas autoridades policiais”.

Pedro Lourenço, CEO do Portal da Queixa e embaixador da Comissão Europeia para os Direitos dos Consumidores, considera que este tipo de burlas “será certamente uma tendência crescente nos próximos tempos, tendo em conta a obrigação da permanência dos consumidores em casa, alterando assim o seu comportamento e hábitos de consumo, que direciona o fluxo de compra para os canais digitais”.

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