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Porto do Funchal recebe escala de cruzeiro após sete meses de fecho e perdas de três milhões de euros

A retoma da atividade arranca no sábado, com a escala do SeaDream I, um navio com 108 metros de comprimento e capacidade para 112 passageiros e 95 tripulantes, operado pela empresa SeaDream Yacht Club, com registo em Nassau, Bahamas.
23 Outubro 2020, 17h47

A escala do primeiro navio de cruzeiro no Funchal, após sete meses de paragem devido à Covid-19, está prevista para sábado, quando a APRAM – Administração dos Portos da Madeira assinala uma perda de três milhões de euros no setor.

“Não vale a pena comparar este ano de 2020 com 2019, quando o porto do Funchal foi o primeiro porto português em movimento de passageiros”, disse à agência Lusa a presidente da APRAM, Paula Cabaço, vincando que no ano passado foram registadas 300 escalas, com 596 mil 818 passageiros e 224 mil 952 tripulantes.

De acordo com os dados oficiais, a indústria dos cruzeiros gerou um contributo de 50 milhões de euros na economia regional.

“Há sete meses que não temos qualquer navio de cruzeiro em porto, pois o porto esteve fechado e a grande maioria das companhias paradas”, lembrou Paula Cabaço, explicando que entre janeiro e 13 de março de 2020 ocorreram apenas 68 escalas, com 152 mil 417 passageiros e 52 mil e 60 tripulantes.

E reforçou: “Só no setor de cruzeiros, tendo em conta os cancelamentos/fecho do porto, perdemos cerca de três milhões de euros”.

Devido a estes prejuízos, o Conselho do Governo Regional aprovou, na quinta-feira, um apoio de 4,4 milhões de euros à APRAM, considerando que a perda de receitas ocorreu de “forma direita, necessária e involuntária”.

A retoma da atividade arranca no sábado, com a escala do SeaDream I, um navio com 108 metros de comprimento e capacidade para 112 passageiros e 95 tripulantes, operado pela empresa SeaDream Yacht Club, com registo em Nassau, Bahamas.

O SeaDream I chega ao Funchal às 10h e parte às 18h.

As autorizações para embarques, desembarques e vindas a terra de passageiros e tripulantes serão analisadas “caso a caso” e estão sujeitas às condições definidas pelo Instituto de Administração da Saúde (IASAÚDE).

“Todos os passageiros em trânsito que estejam autorizados a vir a terra terão de apresentar um teste PCR negativo, feito no último porto de escala, nas 72 horas anteriores”, explica Paula Cabaço, indicando que os passageiros que tenham a Madeira como destino final terão de efetuar o teste à chegada, na gare marítima, e aguardar o resultado em confinamento numa unidade hoteleira.

A presidente da APRAM assinala que todos os equipamentos e sinalética estão posicionados para esta operação, sublinhando que a região investiu cerca de 600 mil euros na gare, de modo a cumprir o plano de gestão e a garantir uma “operação em termos sanitários”.

“A vinda do SeaDream I ao Funchal é, para nós, o primeiro teste de todos os procedimentos definidos nos planos de contingência e de gestão dos nossos portos, no âmbito da prevenção e combate à Covid-19”, realçou.

A responsável admitiu que “esta não é uma abertura plena” e referiu que “os condicionamentos decorrentes da pandemia e definidos pela região visam, em última análise, defender a segurança do destino Madeira”.

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