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Porto Santo, um laboratório de pesquisa a céu aberto

“Smart Fossil Free Island” é um projeto do Governo Regional da Madeira, em colaboração com a Empresa de Eletricidade da Madeira, que escolheu o grupo Renault como parceiro e ainda os alemães da The Mobility House.
23 Junho 2019, 14h00

A primeira ilha “inteligente” da Europa é o Porto Santo. O projeto começou em 2018 e visa implementar soluções de mobilidade elétrica baseadas em veículos elétricos, na reutilização de baterias e no carregamento inteligente e no carregamento reversível. O projeto realizado em parceria com a Renault vai permitir que em período de necessidade de energia os ZOE possam “vender” energia à rede. Para isso, estão a ser testados veículo bidirecionais. No Porto Santo encontram-se 14 unidades ZOE e seis Kangoo Z.E., sendo que a maior parte dos veículos é usada por residentes, mas também existem na ilha táxis elétricos e unidades para “transfer” na indústria hoteleira; bem como uma Renault ZOE ao serviço da PSP e outra a ser usada pela Eletricidade da Madeira.

Mais de 200 mil quilómetros (km) foram percorridos na ilha após um ano de experiência. O objetivo final será anular totalmente a pegada ecológica no consumo de energia, passando a ser produzida por complexos de energia renovável. As baterias em segundo ciclo de vida estão a ser testadas para armazenagem de energia, podendo ser usadas em períodos de consumo de pico ou na ausência de vento ou sol. O Governo Regional já fez investimentos de quatro milhões de euros para sistemas de armazenagem de energia com o intuito de, a prazo, fechar a central que usa combustíveis fósseis e que, por enquanto, continua a ser necessária para manter o abastecimento regular aos habitantes e serviços na ilha. O objetivo final será um território livre de energia proveniente de combustíveis fósseis.

Do lado da Renault foram criadas duas unidades de armazenamento de energia estacionária com base na segunda vida das baterias do ZOE. Em simultâneo, Porto Santo recebeu a primeira grande experiência dos franceses para o carregamento bidirecional de corrente alternada de veículos elétricos. Segundo a empresa, esta tecnologia, “baseada num carregador reversível de bordo, reduz significativamente os custos das estações de carregamento associadas”.

O trabalho da The Mobility House é gerir “a oferta e a procura de eletricidade, através de uma plataforma comercial inteligente em nuvem, promovendo a integração das energias renováveis no ecossistema”. Refere a Renault em nota que o sistema de carregamento bidirecional ou Veículo-para-Rede, “permite modular o carregamento e descarregamento da bateria do automóvel em função das necessidades do utilizador e da oferta de eletricidade disponível na rede”. Adianta que o carregamento “atinge o seu nível máximo quando a oferta de eletricidade é superior à procura, nomeadamente durante os picos de produção das energias renováveis”, sendo que o veículo também será capaz de injetar eletricidade na rede durante os picos de consumo”. O modelo de negócio deste sistema ainda está na fase de desenvolvimento.

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