[weglot_switcher]

Portugal aceita 10 de 58 refugiados do Aquarius II

O Governo não aceitou conceder bandeira portuguesa à embarcação, a que foi retirada a bandeira do Panamá. A iniciativa tinha sido sugerida pelo Bloco de Esquerda.
25 Setembro 2018, 14h56

Portugal acordou com Espanha e França, no quadro da resposta solidária ao fluxo de migrantes que procuram chegar à Europa através do Mediterrâneo, acolher 10 das 58 pessoas que se encontram no navio Aquarius II, refere nota oficial do Ministério da Administração Interna.

“Portugal continua a defender uma solução europeia integrada, estável e permanente para responder a este desafio migratório mas, por razões humanitárias e face à situação de emergência em que se encontram estas pessoas, manifesta mais uma vez a sua disponibilidade para, solidariamente e de forma concertada com Espanha e França, acolher parte do grupo de migrantes”.

Recorde-se que o Bloco de Esquerda avançou a proposta de que o Governo desse a bandeira portuguesa ao Aquarius II, depois de o navio ter perdido a bandeira do Panamá, que lhe terá sido retirada por pressão de Itália.

O Governo não aceitou. À Rádio Renascença, Pedro Filipe Soares, do Bloco, disse que Lisboa pode resolver o problema: “O que nós pretendemos é que Portugal desencadeie as suas ações diplomáticas para permitir que o navio passe a navegar com bandeira portuguesa”, acrescentando que, se dado esse passo, o país associava-se a “uma política humana e solidária de quem olha para o Mediterrâneo e não deixa os migrantes à sua sorte”.

Pedro Filipe Soares fez esta proposta ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, tendo sido enviada formalmente enviada ao Executivo, na segunda-feira, através da Assembleia da República.

No documento de duas páginas citado pela agência Lusa, o BE recorda que o Aquarius II, está ao serviço das organizações não-governamentais SOS Meditanée e Médicos Sem Fronteiras e que desde a primeira viagem, em fevereiro de 2016, resgatou 29.523 pessoas, possibilitando também evitar atrocidades, como as que são cometidas, nomeadamente, na Líbia contra civis. Em 2018, morreram mais de 1.250 pessoas a tentar cruzar o Mediterrâneo.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.