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Portugal “deverá voltar a fazer história” na emissão de dívida a longo prazo

Tesouro realiza esta quarta-feira um leilão duplo de dívida a dez e 26 anos e deverá manter a tendência de financiamento com juros em mínimos históricos.
10 Julho 2019, 07h47

Portugal regressa aos mercados esta quarta-feira e poderá renovar os mínimos históricos no custo de financiamento. A confirmar-se, será a quinta vez consecutiva que o IGCP – Agência de Gestão de Tesouraria e da Dívida Pública diminui a taxa de juro que paga em dívida a longo prazo.

A instituição liderada por Cristina Casalinho realiza um leilão duplo de dívida a longo prazo, emitindo Obrigações do Tesouro (OT) com maturidade em junho de 2029 e em fevereiro de 2045, com um montante indicativo global entre mil milhões de euros e 1.250 milhões de euros, numa operação cuja procura deverá continuar a superar a oferta.

“Portugal vai fazer história ao emitir dívida a 10 anos à taxa de juro mais baixa de sempre”, antecipa Pedro Amorim, analista da corretora Infinox, em declarações ao Jornal Económico.

Na última emissão de OT a 10 anos, a 12 de junho, o IGCP emitiu 625 milhões de euros em dívida a uma taxa de 0,639%, financiando-se pela primeira vez nesta maturidade com um custo abaixo dos 1%.

O analista da Infinox diz que a procura “vai ser superior à oferta porque os montantes são pequenos para a procura que existe por parte dos bancos em títulos com bom rating“.

Perante este cenário, Pedro Amorim não tem dúvidas: “Se tudo se mantiver constante, vamos ter emissão de dívida com taxas de juro ainda mais baixas, e daqui a um ano e meio, se não houver sinais de subida de taxas de juro do BCE, vamos ter a nossa primeira emissão a 10 anos com taxa de juro negativa”.

“Devemos continuar com esta tendência enquanto o BCE continuar a dar sinais que a sua taxa de juro de referência continuará nos 0%. A Euribor a 12 meses está cada vez mais negativa provocado pelo efeito de baixa inflação e do cumprimento cada vez mais restrito dos rácios de capital próprios ponderados pelo risco de Basileia”, salienta o analista da Infinox.

No mercado secundário, a yield da dívida soberana portuguesa negociava esta terça-feira nos 0,47%.

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