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Portugal disponível para integrar força de apoio a Moçambique

O primeiro-ministro António Costa encontrou-se em Paris com o Presidente moçambicano Filipe Nyusi, a quem reafirmou a disponibilidade de Portugal para ajudar no quadro da União Europeia. A francesa Total diz que, mal haja segurança, regressa a Moçambique.
  • António Costa
18 Maio 2021, 13h28

O primeiro-ministro português, António Costa, disse esta terça-feira, após o encontro bilateral com o Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, que Portugal está “disponível para integrar” forças militares e participar em outras iniciativas de apoio decididas no seio da União Europeia.

Costa, que se encontrou com Nyusi no quadro da Cimeira Sobre o Futuro das Economias Africanas, em Paris, disse que a União Europeia está a criar uma equipa técnica e de formação em Moçambique “e estamos disponíveis para integrar outras forças e outros apoios que sejam necessários”.

António Costa participa esta terça-feira na Cimeira Sobre o Futuro das Economias Africanas, organizada pelo Presidente francês Emannuel Macron, que decorre na capital francesa e junta mais de 20 líderes africanos e europeus.

No encontro bilateral com Filipe Nyusi, a situação do terrorismo em Cabo Delgado foi um dos pontos altos da conversa, com o primeiro-ministro a relembrar que Portugal sempre apoiou o esforço de luta contra o terrorismo desenvolvidos por outros parceiros como a França, dado a possibilidade de uma intervenção francesa no terreno.

“Temos falado com os parceiros europeus, com a França. Nós temos apoiado a França em outras ações e recordo que depois dos ataques terroristas em Paris, Portugal mobilizou uma força que tem estado presente há mais de cinco anos na República Centro Africana […] quando se trata de amigos tão próximos como é o caso de Moçambique, a expectativa que temos é que os nossos parceiros europeus correspondam ao apoio”, afirmou António Costa.

O primeiro-ministro português lembrou ainda que Portugal tem também já uma força de formação militar no terreno, reforçando que o fator da língua partilhada é “uma enorme vantagem” no apoio que se pode dar a Moçambique.

Em relação à Covid-19, António Costa lembrou também que Portugal vai doar a partir do fim de junho, 5% das vacinas e que Moçambique e outros países lusófonos são os seus destinatários.

Entretanto, Filipe Nyusi disse que a empresa petrolífera Total vai regressar a Moçambique quando “tudo estiver calmo”. “A Total pode exigir que haja tranquilidade e haja paz para desenvolver os seus projetos económicos. […] Tem ajudado em termos de responsabilidade social, com hospitais e escolas, ajudaram na distribuição de água à população. [A Total volta] Quando estiver calmo”, assegurou.

O Presidente moçambicano chegou a Paris na passada segunda-feira, aproveitando para se encontrar com a Total, mas também com a Air France ou o banco Société Generale, que tem uma operação em Moçambique.

A Total suspendeu recentemente um investimento de 20 mil milhões de euros no país devido à insegurança na província de Cabo Delgado, palco de ataques desde há três anos. No final do encontro, o presidente da administração da Total, Patrick Pouyanné, disse que a empresa tinha vivido uma situação “dramática”. “Claro que enfrentámos em Cabo Delgado, em Palma, uma situação dramática, recentemente, então tivemos de tomar decisões”, nomeadamente “não manter pessoal em Afungi” (local de construção do projeto), disse, acrescentando que a empresa tem “plenamente” confiança no Governo moçambicano para apaziguar a região. “Assim que Cabo Delgado volte a ter paz, a Total voltará”, garantiu o CEO da petrolífera francesa.

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