[weglot_switcher]

Portugal é um de dois países europeus em que os doentes recuperados não estão a ser vacinados

De acordo com o ECDC, citado pela Ordem dos Médicos, há 15 países que estão a optar por cumprir o esquema vacinal de duas doses a quem já esteve infetado, sendo que outros sete países estão a optar por apenas uma dose. Só Portugal está ainda a avaliar a situação e a Islândia não recomenda mesmo.
30 Março 2021, 12h18

O Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) destacou Portugal, juntamente com a Islândia, como os dois países europeus que não estão, para já, a incluir doentes recuperados de Covid-19 no processo de vacinação.

Ordem dos Médicos (OdM) já tinha apelado a uma rápida revisão da norma da Direção-Geral da Saúde que impede a vacinação de quem já teve Covid-19, sobretudo para incluir os médicos e outros profissionais de saúde, “que por força da sua atividade incorrem em maiores riscos”, lê-se na nota divulgada, esta terça-feira.

Em comunicado, Miguel Guimarães, Bastonário da Ordem dos Médicos explica que com base em evidências científicas, já é possível concluir que “o risco de reinfeção é real e que mesmo em quem teve formas graves da doença é possível acontecer uma nova infeção em prazos que não conseguimos determinar”, argumentando, por isso, que estes recuperados sejam incluídos no plano de vacinação de forma “urgente”.

De acordo com o ECDC, há 15 países que estão a optar por cumprir o esquema vacinal de duas doses — nomeadamente, a Bélgica, a Alemanha e a Suécia — a quem já esteve infetado, sendo que outros sete países estão a optar por apenas uma dose, como a Espanha, França e Itália. Só Portugal está ainda a avaliar a situação e a Islândia não recomenda mesmo.

Esta segunda-feira, o responsável da Ordem dos Médicos e respetivo o Gabinete de Crise para a Covid-19 reforçaram a importância de serem incluídos nos primeiros grupos prioritários de vacinação os médicos e outros profissionais de saúde e as pessoas com 80 ou mais anos de idade que já tiveram Covid-19 há mais de 90 dias.

A evidência científica disponível documenta um risco crescente de reinfeção após os 90 dias, sobretudo nos indivíduos com idade igual ou superior a 65 anos e nos imunodeprimidos. Além do risco de infeção, o responsável relembra que não vacinar os recuperados de Covid-19 aumento o risco “da circulação de novas variantes”.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.