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Portugal emite 1.250 milhões de euros a cinco e 10 anos para reembolsar o FMI

Numa emissão com vista a financiar um novo pagamento antecipado ao FMI, o IGCP pagou 1,908% em dívida a 10 anos, face aos 1,939% pagos num leilão em outubro e aos 1,946% no mercado secundário. Na dívida a cinco anos, a taxa subiu ligeiramente para 0,702%.
14 Novembro 2018, 10h51

O Tesouro emitiu esta quarta-feira 1.250 milhões de euros, o montante máximo indicativo, em dívida a cinco e 10 anos, com a taxa a cair no maturidade mais longa face a leilões anteriores e ao mercado secundário, mas a subir na maturidade mais curta.  O objetivo da operação era de financiar mais um reembolso antecipado ao Fundo Monetário Internacional (FMI).

O IGCP – Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública anunciou que vendeu 752 milhões de euros em Obrigações do Tesouro (OT) a 10 anos e 498 milhões de euros a cinco anos. O montante indicativo era entre 1.000 milhões e 1.250 milhões de euros.

A taxa paga nas OT benchmark foi de 1,908%, o que compara com 1,939% num leilão a 10 de outubro e 1,946% no mercado secundário esta quarta-feira. Na dívida a cinco anos, Portugal pagou 0,702%, ligeiramente acima da taxa de 0,647% num leilão comparável, em setembro, mas abaixo dos 0,757% no mercado secundário.

“Emitimos em linha com o mercado e de acordo com as nossas expectativas que eram de uma taxa inferior a 0,8% na dívida a 5 anos e abaixo dos 2% na dívida a 10 anos”, explicou Filipe Silva, , diretor da gestão da ativos do Banco Carregosa, adiantando que as variações nas taxas são “sem grande significado”.

“O prémio de risco da dívida portuguesa não está a subir, apesar da situação italiana, aliás, mesmo o spread da dívida italiana não está a alargar. A procura foi muito boa e o Tesouro português conseguiu os 1.250 milhões de euros pretendidos. Continua a ser muito positivo a emissão de dívida de médio (5 anos) e de longo prazo (10 anos) a taxas baixas. É assim que se consegue reduzir o custo médio da dívida portuguesa”, acrescentou.

A procura nas OT a 10 anos superou a oferta em 1,91 vezes, abaixo dos 2,78 vezes na venda em outubro. Na dívida a cinco anos, a procura foi 2,33 vezes acima da oferta, o que compara com 3,76 vezes no leilão em setembro.

Na passada sexta-feira, o IGCP explicou que a emissão era destinada para financiar um reembolso antecipado ao FMI. O secretário de Estado Adjunto e das Finanças Ricardo Mourinho Félix já tinha anunciado, em entrevista ao Jornal Económico a 19 de outubro , que o Governo pretendia pagar mais dois mil milhões ao FMI ainda este ano.

[Atualizada às 11h16]

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