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Portugal emite 1.250 milhões em dívida, com taxa estável a 10 anos e a descer a cinco anos

Este foi o primeiro leilão de dívida de médio prazo deste ano, depois de o IGCP ter colocado, através de venda sindicada, quatro mil milhões de euros em Obrigações a 10 anos, em janeiro. Nessa altura o Tesouro pagou 2,05%, enquanto esta quarta-feira a yield foi de 2,046%. No papel a cinco anos a taxa desceu de forma significativa face a um leilão em outubro.
  • D.R.
14 Fevereiro 2018, 10h51

A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública, o IGCP, emitiu esta quarta-feira 1.250 milhões de euros, num leilão duplo de Obrigações do Tesouro (OT) a cinco e 10 anos. Numa altura de aumento de volatilidade nos mercados financeiros, a taxa paga na maturidade mais longa ficou em linha com a do mercado secundário e de uma emissão sindicada em janeiro, apesar de ter aumentado face a um leilão em novembro. Na maturidade mais curta a yield desceu face a um leilão, em outubro.

O montante máximo indicativo do primeiro leilão de dívida de médio prazo este ano era entre 1.000 milhões e 1.250 milhões de euros.

Nas OT com maturidade a 17 de outubro de 2028 (10 anos), o Tesouro emitiu 760 milhões de euros, com uma taxa de colocação de 2,046%. O valor compara compara com os 2,05% conseguidos através de uma venda sindicada de títulos com o mesmo prazo, realizada a 10 de janeiro. Em mercado secundário, negociavam esta quarta-feira nos 2,09%, perto de máximos de outubro do ano passado.

A emissão desta quarta-feira ocorreu num período de turbulência nos mercados, após os dados fortes do mercado laboral nos EUA terem provocado uma subida das yields soberanas, criando receios sobre uma aceleração dos aumentos das taxas de juro pela Reserva Federal. A combinação destes fatores levou a um selloff nas bolsas mundiais e o regresso da volatilidade.

“Na emissão a 10 anos podemos dizer que se limitou a seguir os dados do mercado secundário, que atualmente apresenta uma taxa de 2,09% para este prazo. A taxa subiu face à última emissão, mas isso é o que tem acontecido com as taxas das dívidas soberanas mais recentemente, como a Alemanha, dada a expectativa de subida de juros”, explicou Paulo Rosa, senior trader do Banco Carregosa. “Por isso é que hoje todos os mercados estão em contagem decrescente para conhecer a inflação nos EUA”, acrescentou.

Procura por dívida nacional continua robusta

Na maturidade mais curta, com prazo a 17 de outubro de 2022 (cinco anos), o IGCP colocou 490 milhões de euros, sendo que a taxa de colocação foi de 0,577%. No último leilão da mesma linha, em outubro, tinha sido de 0,916%.

“Na emissão a 5 anos, formalmente, temos uma descida acentuada face à taxa da última emissão comparável. Mas é uma comparação um pouco artificial porque a última vez que Portugal emitiu dívida a 5 anos foi em outubro passado, antes de um período de queda acentuada nos juros. Se olharmos para a taxa correspondente no mercado atual, ela está nos 0,62%. Em novembro de 2017 andava pelos 0,59%”, afirmou o trader.

A 10 anos, a procura superou a oferta em 2,08 vezes, enquanto a cinco anos, ficou 3,67 vezes acima da oferta, em comparação com as anteriores 2,65 vezes. “O montante emitido foi o máximo previsto e a procura, tanto numa emissão como noutra foi superior às últimas emissões comparáveis”, acrescentou Paulo Rosa.

Este foi o primeiro leilão de OT, mas não a primeira emissão, este ano já que o Tesouro realizou uma venda sindicada de obrigações a 10 anos, em janeiro, na qual colocou quatro mil milhões de euros, garantindo 20% do valor esperado em obrigações para este ano.

O programa de financiamento prevê que o Tesouro procure 15 mil milhões de euros em OT, o instrumento mais importante. As necessidades de financiamento líquidas do Estado são de 10,9 mil milhões de euros este ano, contra 12,5 mil milhões em 2017.

[Notícia atualizada às 11h35]

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