O IGCP – Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública emitiu esta quarta-feira um total de mil milhões de euros em Obrigações do Tesouro (OT), num leilão duplo a 10 e a 15 anos.
A agência liderada por Cristina Casalinho vendeu 705 milhões de euros em dívida com maturidade em 15 de junho de 2029, tendo pago uma taxa de alocação de 1,568%, o valor mais baixo de sempre. O anterior mínimo foi registado em maio de 2018.
As ofertas de compra atingiram um total de 1.530 milhões de euros, com a procura a superar a oferta em 2,17 vezes.
“Portugal volta a emitir divida de longo prazo com uma taxa inferior ao custo médio da sua dívida, esta tendência tem sido uma constante nos últimos meses e é extramente positiva para os interesses nacionais”, assinala o diretor de gestão de ativos do Banco Carregosa, Filipe Silva.
O IGCP vendeu ainda 295 milhões de euros com maturidade em 18 de abril de 2034, a uma taxa de 2,045%. Na dívida a 15 anos, as ofertas de compra atingiram um total de 675 milhões de euros, com a procura a superar a oferta 2,29 vezes.
A dívida portuguesa demonstra estabilidade e beneficia de apetite dos investidores no mercado, já não sendo considerado um ativo de risco. O JP Morgan, por exemplo, está a aconselhar os investidores a apostar mais em Portugal, em detrimento de Espanha. O banco norte-americano aposta na dívida portuguesa a oito anos, que dá uma rentabilidade anual superior em 30 pontos base ao equivalente de Espanha, avança o jornal Expansíon esta quarta-feira.
“Apesar de estarmos numa altura em que assistimos a um abrandamento económico que levou as taxas das dívidas soberanas na Europa cair face aos valores que estavam no final do ano, o IGCP acaba por tirar partido deste momento de mercado para emitir dívida com sucesso”, explica Filipe Silva.
A 31 de janeiro, numa troca de dívida para alongar os prazos, o IGCP pagou um cupão de 2,15% para emitir 702 milhões de euros em dívida com maturidade em outubro de 2018. Na primeira emissão do ano, a 9 de janeiro, o Tesouro tinha pago uma taxa de 1,95% para colocar 4 mil milhões de euros com essa maturidade numa venda sindicada.
O último leilão de dívida com prazo de 2034 teve lugar a 11 de julho do ano passado, quando a instituição liderada por Cristina Casalinho emitiu 838 milhões de euros a uma yield de 2,257%.
(Atualizado às 12h12)
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