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Portugal paga menos para emitir 1.250 milhões em dívida a 3 e 11 meses

Portugal continua a aproveitar o bom momento para ir aos mercados e pagou taxas mais negativas para colocar dívida de curto prazo. Na maturidade a 11 meses a ‘yield’ estabeleceu um novo mínimo histórico.
19 Junho 2019, 10h47

O IGCP – Agência de Gestão da Tesouraria e Dívida Pública – emitiu esta quarta-feira um total de 1.250 milhões de euros em dívida a três e 11 meses, tendo paga taxas mais negativas face a leilões anteriores.

A instituição liderada por Cristina Casalinho tinha estabelecido um montante indicativo entre 1.000 e 1.250 milhões de euros.

Na maturidade a 11 meses, o IGCP emitiu 1.000 milhões de euros, tendo pago uma taxa média ponderada de -0,395%, o que compara com -0,368% num leilão a 17 de abril.

Nos Bilhetes do Tesouro (BT) a três meses, o montante colocado foi de 250 milhões, com uma yield de -0,425%, face a -0,415% na emissão em abril e perto do recorde mínimo de  -0,426% estabelecido numa venda em outubro de 2018.

O juros da dívida soberana portuguesa têm tocado mínimos recorde, tanto no mercado primário como no secundário. Além dos resultados económicos e as melhorias no rating soberano, os fatores externos também têm ajudado. A guerra comercial tem levado a receios sobre o abrandamento do crescimento da economia mundial e obrigado os principais bancos centrais a carregar no botão de ‘pausa’ na normalização da política monetária.

“À semelhança do que aconteceu no leilão de obrigações de tesouro, Portugal volta a registar uma descida nas taxas dos leilões de dívida de curto prazo, movimento que está em sintonia com o que tem acontecido com toda a dívida soberana europeia”, referiu Filipe Silva, diretor da gestão de ativos do Banco Carregosa.

Na semana passada, o IGCP emitiu Obrigações do Tesouro a 10 anos a uma taxa de alocação de 0,639%, um novo mínimo histórico e pela primeira vez abaixo de 1%. Esta quarta-feira, no mercado secundário a taxa dessa dívida benchmark atingiu um novo mínimo, 0,53%, após o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, ter dito esta terça-feira em Sintra que poderão ser necessárias novas medidas de estímulo para a zona euro e não descartou, em caso de necessidade, um novo corte na taxa de juros.

“A ação do BCE continua a apontar para uma manutenção das taxas de juro negativas por mais tempo, pelo menos até ‘conseguir’ que a inflação volte para o objetivo dos 2%”, adiantou Filipe Silva.

Em termos de procura, nos BT a 11 meses superou a oferta em 3,10 vezes, o que compara com 1,64 no leilão anterior. Na maturidade mais curta, o bid-to-cover ratio foi de 1,71, face aos 3,12 na venda em abril.

[Atualizada às 11h40]

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