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Portugal pode pagar taxas “historicamente baixas” para vender Obrigações a cinco e 10 anos

O Tesouro vai ao mercado emitir até 1.250 milhões de euros. O sentimento no mercado de dívida na Europa está positivo, o que poderá permitir ao IGCP pagar as taxas mais baixas de sempre.
  • Stringer/Reuters
9 Maio 2018, 07h35

Portugal regressa esta quarta-feira aos leilões de obrigações, após uma venda sindicada em abril, com a expetativa de conseguir novamente colocar dívida de médio prazo a taxas que poderão bater mínimos de sempre.

O IGCP – Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública realiza, por volta das 10h30, um leilão duplo de Obrigações do Tesouro a cinco e a 10 anos, com um montante indicativo global entre 1.000 milhões e 1.250 milhões de euros.

“Vão ser duas operações que vão correr sem stress. Portugal não vai ter dificuldades em emitir a cinco e a 10 anos, a taxas historicamente baixas para a média da dívida portuguesa”, referiu Filipe Silva, diretor da Gestão de Ativos do Banco Carregosa.

“É possível que Portugal consiga financiar-se a cinco anos a uma taxa à volta dos 0,57% ou 0,58%. Em fevereiro deste ano fizemos uma emissão mais curta (para 2022) a uma taxa de 0,57%, portanto para 2023, se conseguirmos uma taxa semelhante, dado que o prazo é maior, podemos dizer teoricamente que a taxa pode baixar”, adiantou. Nessa emissão, o IGCP arrecadou 490 milhões de euros, aproveitando a procura expressiva, que superou a oferta em 3,63 vezes.

Na emissão a 10 anos, Filipe Silva afirmou esperar uma taxa entre os 1,7% e os 1,71%, também mais baixa do que os 1,77% que o país pagou na emissão para 2028 em março último. “Uma vez que as taxas têm andado a lateralizar nos últimos dias, se não houver nenhuma surpresa, amanhã termos mais duas emissões com êxito. O sentimento do mercado de dívida também é positivo. Nos restantes países da Europa as taxas até têm descido ligeiramente nos últimos dias.”

No mercado secundário, a taxa da dívida portuguesa a cinco anos fechou nos 0,63% esta terça-feira, enquanto a das obrigações a 10 anos encerrou nos 1,741%.

A última venda feita pelo IGCP foi por via sindicada, a 11 de abril, quando colocou 3 mil milhões de euros em obrigações a 15 anos a uma taxa de 2,325%.

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