Quando em setembro a Comissão Europeia escreveu aos países detalhando que as regras de disciplina orçamental vão continuar suspensas em 2021 e que isso deveria ser levado em atenção na construção dos esboços orçamentais, apelou a que os Estados-membros continuassem a implementar as medidas necessárias para enfrentar a crise, ainda que tenha ressalvado que iria continuar atenta às opções de despesa e receitas dos países. Apesar da carta branca de Bruxelas, e dos sucessivos apelos dos responsáveis internacionais para que os países europeus continuem a apostar nos pacotes orçamentais que sirvam como estímulos, o ministro das Finanças português é dos mais contidos nas projeções dos défices globais no próximo ano.
Segundo os esboços orçamentais enviados pelos países da zona euro à Comissão Europeia – apenas o Chipre ainda não o fez –, Portugal é o quarto país entre os países da moeda única com o menor défice orçamental em 2021, num ranking onde apenas a Letónia, Grécia e Luxemburgo projetam défices menores. Para o próximo ano, a projeção de um défice de 4,3% do PIB coloca, assim, Portugal na mesma linha que a Alemanha, que para 2020 projeta um défice de 6,3%. A pandemia obrigou Berlim a abandonar a política de défice nulo que seguia. Segundo a base de dados Ameco, a Alemanha registou excedentes orçamentais desde 2013 e, mesmo nesse ano, só registou um défice de 0,1%.
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