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Portugal tem hoje uma oferta sofisticada para Macau e China, diz Brilhante Dias

Na abertura da 22ª Feira Internacional de Macau, o secretário de Estado da Internacionalização anunciou a assinatura de protocolos para incubar ‘startups’ de língua portuguesa na região e para criar uma agência de crédito à exportação.
19 Outubro 2017, 06h51

Macau pode ser uma plataforma de ligação invejável entre a China e os países de língua portuguesa, afirmou o secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, adiantando que Portugal pode aproveitar esse relação para mostrar a sua cada vez mais alargada oferta de produtos.

“Portugal tem feito um caminho fantástico nos últimos anos, de aumento de valor da sua economia e dos produtos que oferece no mundo e essa oferta vai aparecendo progressivamente nas feiras internacionais”, adiantou Brilhante Dias.

“Em Macau é muito bom perceber que o setor agroalimentar português continua a olhar para Macau como uma excelente plataforma para dar a conhecer e  vender os seus produtos… mas é evidente que o esforço que temos feito na área da investigação e desenvolvimentos tem os seus frutos, e na área da farmacêutica, na área das tecnologias de informação e comunicação, na área das cidades inteligentes e da tecnologia associada temos feito também um investimento muito considerável”, acrescentou.

O secretário de Estado participou na cerimónia de abertura da 22ª Feira Internacional de Comércio e Investimento de Macau que decorre entre 19 e 21 deste mês e envolve exposições, bolsas de contacto, fóruns e serve como plataforma para pequenas e médias empresas. O evento, que decorre no gigantesco Venetian Hotel e Casino,  tem pela primeira vez um este ano, um pavilhão somente dedicado à promoção dos produtos e serviços dos Países de Língua Portuguesa.

Brilhante Dias explicou que durante a visita à Região vão ser assinados dois protocolos de cooperação. “Um já foi logo no primeiro, dia no quadro de incubação de empresas para uma plataforma de países de língua portuguesa, onde participou a Associação de Jovens Empresários Portugal-China”.

Adiantou que ainda esta quinta-feira, “vai ser dado um passo muito importante, que é a assinatura de um memorando de entendimento entre a COSEC, a empresa portuguesa de seguros de crédito à exportação, e a autoridade monetária de Macau para o desenvolvimento de uma ECA, uma Export Credit Agency de língua portuguesa”.

Reforçar a tendência

O governante explicou que a relação de Portugal com Macau é histórica e é feita de passos “constantes e contínuos”.

“Há um entendimento das autoridades de Macau, na sequência também daquela que é o entendimento das autoridades de Pequim, que Macau pode ser uma plataforma de intersecção, de ligação entre a China e os países de língua portuguesa”, referiu.

“Os próximos passos são o de aprofundar esta tendência, esta orientação, procurando também que instrumentos como o Fundo para a Cooperação com os Países de Língua Portuguesa possa ter uma abordagem para um conjunto de projetos mais abrangente, aliás até na sequência de iniciativas do Governo de Macau no âmbito das startups e da incubação de novos negócios, por isso não só para grandes projetos ligados às áreas das infraestruturas e das obras públicas, mas também instrumentos financeiros orientados às pequenas e médias empresas”.

Em termos práticos, o reforçar da cooperação será traduzido pela abertura de abertura de um consulado de Portugal em Cantão  e “proximamente está considerado no plano estratégico da AICEP a abertura de uma delegação em Cantão, provavelmente durante 2019”, afirmou o secretário de Estado.

Questionado se as empresas portuguesas precisam de Macau para entrar no mercado chinês, o governante respondeu: “Muitos países do mundo gostariam de ter com a China uma plataforma como esta, em Macau, com este grau de conhecimento e interseção, portanto aquilo que nós procuramos é valorizar o património conjunto que temos entre a China, Portugal e Macau, e nesse sentido não é uma questão de necessidade, é uma questão de utilizarmos as ferramentas que temos”.

Portugal na primeira linha

Em declarações ao Jornal Económico, Vítor Sereno, Cônsul-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong desde 2013, destacou a crescente presença de expositores portuguesas no evento.

“Eu acho que nós estamos a contribuir de forma muito clara para aquilo que o Governo central da República Popular da China e o Governo desta Região Administrativa Especial querem, que é fazer de Macau uma plataforma de ligação dos países de língua portuguesa”, referiu.

“Portugal tem estado na primeira linha, Portugal tem uma parceria estratégica com a China assinada em 2005 e tem uma relação de 500 anos com Macau. Fico muito satisfeito por ver que em 2013 éramos uma dúzia de expositores aqui  e hoje somos quase duas centenas, com produtos que vão desde o agro-alimentar até novas tecnologias,” sublinhou.

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