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Portuguesa Hunter angaria 570 mil euros para fabricar mais skates elétricos

A empresa de micromobilidade fechou uma pequena ronda de financiamento para aumentar a produção dos seus veículos – os primeiros modelos, de mais de 1.500 euros, esgotaram em cinco dias -, expandir a marca na Europa e Estados Unidos, recrutar e criar uma ‘app’.
27 Abril 2021, 09h00

Os skates da startup portuguesa Hunter – que já fizeram correr tinta em publicações internacionais como a “Time” por serem considerados uma das maiores inovações de 2020 -preparam-se agora para chegar a mais consumidores. A empresa de Lisboa, criada há menos de um ano, angariou mais 570 mil euros e vai utilizar a verba para aumentar a produção de veículos elétricos, contratar e criar uma app.

O financiamento, no âmbito de uma ronda seed (inicial) foi liderada pela Shilling e contou ainda com a participação de outros fundos portugueses e de business angels nacionais e estrangeiros, o que eleva o montante angariado pela empresa para 720 mil euros. Assim, os investidores vão dar o braço aos empreendedores por trás da jovem Hunter a expandir a presença da marca na Europa e nos Estados Unidos.

“Adoramos a visão da Hunter para o futuro da micromobilidade e o que alcançou em tão pouco tempo. Eles têm uma tecnologia própria valiosa e uma equipa ambiciosa voltada para os mercados globais, que está totalmente alinhada com a nossa tese de investimento”, garante Pedro Santos Vieira, managing partner do Shilling Founders Fund, o novo fundo de investimento da Shilling.

O primeiro lançamento da startup foi o “Hunter Board”, um skate que atinge a velocidade máxima de 55 km/h, usa tecnologia Anti-Wobble, é resistente à água e tem um alcance de 38 km. Ainda assim, é o sistema de suspensão independente que capta os adeptos do equipamento, uma vez que ajuda a absorver as vibrações das estradas e ladrilhos antes de atingirem os pés de quem está em cima da prancha, o que deverá reduzir os riscos de queda.

O skate made in Portugal, lançado no mercado em setembro, custa 1.849 dólares (cerca de 1.528 euros) e a Hunter já está a receber pré-encomendas para maio de 2021, depois de não ter tido mãos a medir para as encomendas nos últimos meses e esgotado o stock em menos de cinco dias. Os norte-americanos são os principais responsáveis pelo sucesso, representando hoje 85% das vendas.

O crescimento da empresa recém-criada tem passado essencialmente pela publicidade boca a boca – razão pela qual este investimento é importante: escalar com uma estratégia definida, superar os atuais 250 mil euros em vendas e chegar a 200 milhões de pessoas em todo o mundo (patinadores, surfistas, longboarders, snowboarders…).

“Na nossa campanha de lançamento, ficou muito claro que estávamos no caminho certo. Sem nenhum investimento em publicidade paga, rapidamente construímos uma lista de espera de 6 mil pessoas e esgotámos o stock do ano inteiro”, afiança o cofundador e CEO da Hunter, Pedro Andrade.

“Estamos a dar aos amantes de boards uma opção de micromobilidade elétrica que não é só altamente portátil, eficiente e confortável, como também é divertida de usar. O nosso objetivo atual é enviar todas as encomendas que já foram. Quando isso estiver terminado, vamos concentrar-nos em como podemos continuar a crescer fora de Portugal e em como podemos manter-nos na vanguarda do sector quando se trata de inovação”, explicou Pedro Andrade.

Em dezembro de 2019, a Hunter arrecadou 150 mil euros numa ronda de investimento pré-seed da Olisipo Way e Ideias Glaciares.

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