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Pós-austeridade: Aumenta vontade de gozar férias e gastar pouco

Mais de metade dos portugueses pretende gozar férias neste verão. Em 2016, só 43% tinha esta intenção. Segundo o Observador Cetelem, 44% dos portugueses prefere passar as suas férias em casa de familiares e amigos.
19 Julho 2017, 17h03

Apesar do aumento do número de portugueses que pretende gozar férias no verão – 43% em 2016 para 58% em 2017 – 66% dos que vão passar férias em Portugal planeia poupar. Fasquia que sobe para 77% quando as deslocações são para fora do país com o alojamento a representar a principal forma de poupança.

A conclusão é do Observador Cetelem Férias 2017 – Intenções de compras e férias dos portugueses que conclui por um aumento de compra de bens ou serviços  neste ano.

A categoria de maior interesse de compra continua a ser Lazer/Viagens, principalmente até aos 44 anos de idade, concluindo o estudo que há uma maior intenção de fazer férias fora do local de residência e aumentar os gastos com férias. Na hora de escolher o destino de férias os principais factores de escolha são o preço e localização.

Ainda assim, segundo o Observador Cetelem, “6% planeiam poupar nas férias – poupando no alojamento ou reservando antecipadamente (quem vai para o estrangeiro)”. Já 61% utilizam o subsídio de férias com as férias, sendo também utilizado para poupança.

Segundo o estudo, 44% dos portugueses prefere passar as suas férias em casa de familiares e amigos. Já 30% dos portugueses que faz férias no país aloja-se numa residência secundária, contra apenas 2% dos que viajam para o estrangeiro.

Os hotéis são igualmente muito procurados, por um total de 29% dos inquiridos que não sairão do país para descansar. Esse número aumenta quando as férias são fora de Portugal, pois 75% daqueles que o fazem escolhe unidades hoteleiras para o seu alojamento. Destaque ainda para a procura por alojamentos locais particulares.  Já para quem fica em solo nacional esse valor é de 18%, número que baixa para 9% quando se deslocam para fora das fronteiras portuguesas.

Menor percepção de despesas em 2017

No saldo entre despesas e poupanças, o estudo conclui que as despesas aumentam mais: 9%, contra 5% dos portugueses que pensam aumentar as poupanças, representando uma melhoria no saldo negativo de 6%, em 2016, para 4% em 2017, dado que para este ano a percepção de evolução das despesas fixou-se nos 9% quando comprado com 16% ano ano passado.

Segundo o estudo, a escolha do alojamento é a forma preferencial de poupança, com 48% dos inquiridos a mencionar este aspeto, aumentando para 54% dos que pretendem passar férias de verão em Portugal. Também a reserva com muita antecedência é mencionada por 33% dos consumidores. Destaque ainda para as viagens em companhias low-cost, com 15% dos portugueses a referir que esta é uma forma de poupança nas suas férias.

“É natural que, fruto de alguns anos de forte austeridade, ainda exista algum receio em consumir, pelo que as pessoas procuram diminuir os seus gastos das mais variadas formas”, considera José Pedro Pinto, Chief Marketing & Sales Officer do Cetelem. No entanto, diz este responsável, “mesmo com tendência para poupar seja possível verificar-se uma vontade para terem férias. É sinal de maior confiança, o que é muito positivo”.

O Observador Cetelem avança ainda que Lazer/Viagens é a categoria com maior intenção de compra (41%), seguindo-se a de equipamento e artigos de desporto (8%), seguindo-se a de bricolage/jardinagem (6%) e obras e remodelação/decoração (5%) e telemóveis/smartphones (2%).

58% irá de férias entre Julho e setembro

Mais de metade dos portugueses (58%) planeia ir de férias entre julho e setembro, sendo que a grande fatia (51%) pretende fazer férias fora de casa, sendo que 43% em Portugal e 11% no estrangeiro, conclui o Observador Cetelem, realçando que os motivos financeiros são a principal razão para não fazer férias naquele período (55%, contra 66% em 2016).

Segundo este estudo, a intenção de ir de férias decresce com o nível sócio-económico, sendo que 45% dos portugueses não gozam férias há um ano e 15% há mais de dois anos.

O Observador Cetelem Férias 2017 tem por base uma amostra representativa de 600 indivíduos residentes em Portugal Continental, de ambos os géneros e com idades compreendidas entre os 18 e os 65 anos. Estes foram entrevistados telefonicamente, com informação recolhida por intermédio de um questionário estruturado de perguntas fechadas. O trabalho de campo foi realizado pela empresa de estudos de mercado Nielsen, entre os dias 11 e 15 de maio, e um erro máximo de +4,0 para um intervalo de confiança de 95%.

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