[weglot_switcher]

Poupanças das empresas disparam 9,2 mil milhões de euros em ano de pandemia

Entre fevereiro de 2021 e fevereiro de 2020, os depósitos das empresas em Portugal aumentaram 9.166 milhões de euros. Mário Centeno diz que é maior crescimento registado na série estatística do Banco de Portugal e assinala que “contrasta de forma absoluta” com o cenário da anterior crise.
  • Mário Cruz/Lusa
26 Março 2021, 18h24

A poupança das empresas, medida pelos depósitos no sistema bancário, quase que triplicaram até fevereiro deste ano face aos dois anos anteriores, tendo aumentado 9.166 milhões de euros num ano. Os dados foram avançados pelo governador do Banco de Portugal (BdP), Mário Centeno, que salientou que o cenário contrasta com o da anterior crise global de 2008.

“Entre fevereiro de 2021 e fevereiro de 2020, os depósitos das empresas em Portugal aumentaram 9.166 milhões de euros. Nunca antes na série de depósitos do BdP os depósitos das empresas em Portugal tinham aumentado um número parecido com este”, frisou o responsável do regulador bancário, durante a conferência de imprensa de apresentação do Boletim Económico de março, realizada esta sexta-feira.

Mário Centeno, que sublinhou que os depósitos bancários são apenas uma aproximação à poupança das empresas, apontou que  os depósitos bancários das empresas cresceram 192% face aos dois anos anteriores, que por si “já tinham sido anos de forte crescimento dos depósitos”.

“Isto contrasta de forma absoluta face à evolução registada em 2012, por exemplo, na anterior crise, em que os depósitos caíram 6.297 milhões de euros”, vincou, assinalando que as diferenças também são visíveis face a 2008. “Perante uma crise financeira também global – coisa que em 2012 não foi global -, os depósitos das empresas caíram 258 milhões de euros. Ou seja, na anterior crise global as empresas não reagiram no sentido de aumento das suas poupanças, pelo menos quando medidas pelos depósitos”, assinalou.

Para o governador do BdP, “este é um cenário bastante diferente, que obviamente nos dá algumas indicações de confiança face à capacidade que tenhamos de nos colocar perante os próximos desafios que são muitos da economia portuguesa no futuro”.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.