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Pré-avisos de greves nas escolas ”empolam as estatísticas”, diz Mário Centeno

O ministro das Finanças argumentou hoje que quase metade dos pré-avisos de greve que deram entrada em 2019 são no setor da educação e que dizem respeito a greves diárias, fora do tempos de aulas.
  • Cristina Bernardo
20 Fevereiro 2019, 12h23

Mário Centeno está esta quarta-feira de manhã no Parlamento a fazer o balanço sobre o mercado de trabalho e os dados do emprego na administração pública.

Centeno fez retrato positivo no cenário da administração pública, dizendo que há mais trabalho e que os trabalhadores estão a ganhar mais. ”Entre 2015-2018 o ganho médio aumento 18% e o emprego 3%. Há mais 29% de jovens licenciados com emprego hoje, do que há três anos. Só em 2018 foram 126 mil licenciados”, remata o ministro.

Na primeira ronda de perguntas, o deputado do PSD, Álvaro Batista, recusou os dados referindo as atuais contestações sociais, com um aumento exponencial do número de greves nas várias áreas do setor publico. Em resposta, Mário Centeno partiu para uma acusação, dizendo que o número de greves está a ser empolado, dado o exemplo da educação.

Segundo os dados apresentados pelo Ministro das Finanças, até 8 de fevereiro houve 105 pré avisos de greve, sendo que 51 delas diziam respeito à mesma greve mas repetiam-se no dia-a-dia. ”Há 51 greves nesses pré-avisos no setor da educação. São greves diárias, fora do horário letivo, que do ponto de vista estatístico não têm nenhum paralelo. Nunca tal coisa foi feita pelos sindicatos, greves diárias. São greves marcadas diariamente e empolam todas as estatísticas”, rematou.

Com isto, o Mário Centeno argumentou que esses números revelam um empolamento das greves dessa perceção de maior contestação social.

Em resposta ao deputado do PSD, Álvaro Batista, Centeno contesta que ”hoje em Portugal os funcionários públicos ganham mais do que ganhavam em 2015. Têm um horário mais compatível com as suas famílias e com as suas condições laborais”, sublinhou, relembrando que há quatro anos Álvaro Batista votou contra as atuais condições de trabalho no setor. ”Votou contra tudo o que hoje refere como coisas importantes para a administração pública. Admita”, rematou.

O número de pré-avisos tem vindo a aumentar e em 2018 totalizou os 733, sendo este o número mais alto desde 2015.

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