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Premier League: Jogos em falta podem vir a ser disputados em “campos de quarentena”

Os contratos televisivos e as preocupações financeiras aumentaram a pressão sobre os clubes para concluir a temporada. Disputar o que falta da temporada em “campos de quarentena” reúne o apoio do governo britânico e poderá marcar o regresso da Premier League durante o verão.
31 Março 2020, 12h13

Os responsáveis pela Premier League (primeira divisão inglesa) divulgaram planos com o objetivo de completar a temporada 2019/20 ainda este ano. O formato a adotar é semelhante ao que acontece com as seleções em estágio no campeonato do mundo, ou seja, em campos isolados no interior de Inglaterra sem pessoas a assistir, segundo o “Independent”.

As autoridades do futebol inglês discutiram várias ideias durante o fim-de-semana, com os jogos à porta fechada ainda vistos como a solução mais provável. Ainda assim, a sugestão de se disputarem os jogos em campos isolados é aquela que está a ganhar mais tração junto dos clubes, que priorizam a saúde dos atletas e funcionários dos respetivos clubes.

A pressão vinda dos contratos televisivos e as preocupações financeiras aumentaram a pressão sobre os clubes para concluir a temporada. Uma das vantagens da ideia é que, caso os jogos venham a ser disputados, a transmissão da Premier League tornar-se-ia num “megaevento televisivo”. Segundo o “Independent”, já estão a ser elaborados planos para transmitir os 92 jogos restantes, divididos pelos meses de verão.

Esta ideia também atraiu o apoio do governo, uma vez que a ideia de ter a população envolvida no principal desporto nacional, o futebol, pode ajudar a amenizar as medidas de quarentena, caso estas venham a ser mais rigorosas.

Para concluir o plano, os clubes e suas equipas terão que permanecer em hotéis, separados das suas famílias, tal como acontece num torneio internacional, embora com testes completos e condições de quarentena. O objetivo é reduzir o risco de contrair o Covid-19, porque bastaria um caso positivo para inviabilizar todo o plano. Daí a ideia de que os jogos ocorram entre junho e julho, quando já é provável que exista um sistema de testes mais rigoroso numa altura em que a curva do número de infetados já tenha diminuído.

Ainda assim, a ideia está cheia de problemas logísticos. Não são apenas os clubes que devem ficar sediados em bases em quarentena, mas também todos os funcionários, operadores de câmara e equipas de transmissão externas. A isto acrescenta-se a questão moral de ter funcionários médicos no que são, em última instância, “eventos não essenciais”, sem mencionar possíveis visitas a hospitais.

É por essa razão que o verão é visto como muito mais viável que maio, tanto logística quanto politicamente. A visão otimista é que a curva será achatada, mas também que haverá um apoio político considerável a suportar todo o plano.

O regresso daquela que é considerada a melhor liga de futebol do mundo, seria visto com um grande passo no regresso à normalidade, bem como traria um impulso psicológico não só ao país, bem como ao resto do mundo. Há também a parte da competição em impulsionar a economia, especialmente tendo em consideração o tamanho do evento de TV em que os jogos seriam disputados, levando novamente as indústrias da publicidade ao jogo.

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