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Premier League, o Brexit, e o caos

A saída do Reino Unido da União Europeia envolve muitas mudanças significativas para o país, e o futebol não é exceção. Tanto as legislações como a captação de talentos vão ser alvo de mudanças.
  • Reuters / Jason Cairnduff
27 Junho 2017, 07h50

Desde o dia em que a votação deu vitória ao Brexit, a libra esterlina depreciou-se 12% em relação ao euro, de acordo com a empresa de gestão de ativos ‘M & G Investments’ (M&G), por isso não é surpreendente que alguns jogadores têm estado mais atentos aos seus salários, como escreve o Expansión.

A empresa diz entender que há razões para antecipar a valorização do euro e que por isso vai aumentar o número de atletas que negoceiam os pagamentos.

Esta avaliação foi confirmada há algumas semanas por Cliff Baty, diretor financeiro do Manchester United. Num evento organizado pela consultora KPMG, responsável pelas contas dos clubes mais ricos do mundo, Baty admitiu que o Brexit já começou a complicar a transferência dos jogadores mais importantes.

“Durante o ano passado encontrámos dificuldades no momento da assinatura quando os jogadores questionaram-nos sobre o pagamento do salário em libras. Muitos jogadores europeus querem receber em euros, mas nos operamos em em libras, então é difícil lidar com isto”, explicou o diretor financeiro.

Outra consequência do Brexit sentida na Premier League é a desvantagem no recrutamento de talentos estrangeiros. Como lembrou Luis Cazorla, sócio-gerente de advogados Cazorla e especialista em direito desportivo “deixar a EU pode levar a que jogadores que agora têm lugar na equipa por serem ‘cidadãos comunitários’ passam a ser considerados ‘estrangeiros’, e para esse tipo de jogadores há menos lugares no clubes e os requisitos têm de ser cumpridos.”

Além desses jogadores também as jovens promessas vão ser um problema. “As contratações de menores com idades entre 16 e 18 anos estão agora autorizados pela FIFA no espaço comum europeu, mas no futuro podem não beneficiar deste circuito interno”, diz o especialista.

Para Cazorla esta situação, por um lado, “retira talento ‘comunitário’ ao Reino Unido, por outro, capacita a contratação de talentos locais, o que eventualmente pode ser benéfico.” O que parece claro é que “a desvalorização da libra vai gerar um efeito inflacionário no mercado de transferências”.

 

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