Greta Thunberg venceu o Prémio Gulbenkian para a Humanidade, no valor de um milhão de euros que vão ser aplicados a projetos para o combate às alterações climáticas. A jovem deverá vir a Lisboa receber o prémio.
De acordo com a conferência de imprensa realizada, esta segunda-feira, a organização prevê recompensar “novas ideias que contribuam para melhorar o futuro do planeta”. Este ano, na primeira edição, o prémio é dedicado às alterações climáticas. No total, foram submetidas 136 candidaturas mas foi a da ativista sueca que recebeu a distinção. A selecção dos nomeados foi feita por um júri externo dividido num grande júri presidido pelo ex-presidente da República Jorge Sampaio, e por um comité de especialistas presidido pelo cientista Miguel Bastos Araújo.
“O Prémio Gulbenkian para a Humanidade distingue percursos inovadores com elevado potencial para auxiliar processos de mitigação das e/ou adaptação às alterações climáticas, uma das maiores ameaças do século, com consequências devastadoras no bem-estar das gerações actuais e futuras, na economia e nos ecossistemas naturais”, anunciou Isabel Mota durante a conferência de imprensa. Desta forma, o prémio “sublinha o compromisso da Fundação Calouste Gulbenkian para com a urgência da acção climática”.
Numa mensagem áudio dirigida à cerimónia de apresentação do prémio, Jorge Sampaio salientou que a adolescente sueca “conseguiu mobilizar as gerações mais novas para a causa do clima” e virar as atenções para um tópico de maior urgência.
Num testemunho sobre esta distinção, Greta Thunberg diz-se “incrivelmente honrada e extremamente grata” e acrescenta esperar que o prémio a “ajude a fazer ainda mais o bem pelo mundo.
I’m extremely honoured to receive the Gulbenkian Prize for Humanity. We’re in a climate emergency, and my foundation will as quickly as possible donate all the prize money of 1 million Euros to support … ->
— Greta Thunberg (@GretaThunberg) July 20, 2020
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A ativista adianta que a sua fundação “irá doar o dinheiro do Prémio, o mais rapidamente possível, a organizações e projetos que lutam por um mundo sustentável e defendem a natureza, apoiando pessoas que enfrentam os piores impactos da crise ecológica e climática, particularmente as que vivem no Global South. Para já, serão doados 100 mil euros à SOS Amazonia campaign, da Fridays for Future Brazil, que combate a Covid 19 na Amazónia, e outros 100 mil à Stop Ecocide Foundation que tem trabalhado para tornar o ecocídio um crime internacional”.
No site da instituição, refere-se ainda que este reconhecimento ambiciona, em particular, “acelerar a transição para uma sociedade neutra em carbono, mitigar os efeitos negativos das alterações climáticas para as pessoas, para o ambiente e para a economia e promover uma sociedade mais resiliente e preparada para as alterações globais do futuro, protegendo em especial os mais vulneráveis”. É, conclui-se, um incentivo para “destacar e alavancar respostas de acção climática, de elevada dimensão, contribuindo para acelerar a descarbonização da economia, proteger as pessoas e os sistemas naturais dos graves efeitos associados à crise do clima e sustentar o desenvolvimento sustentável”.
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