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Preocupação e contestação. O que dizem os partidos políticos sobre a greve dos motoristas

O Governo declarou esta quarta-feira o estado de crise energética para que sejam assegurados os serviços mínimos para a greve dos motoristas, marcada para segunda-feira, dia 12. Saiba o que dizem os diferentes partidos sobre a greve.
8 Agosto 2019, 07h44

A greve dos motoristas tem início marcado para a próxima segunda-feira, dia 12, e, à medida que se aproxima o dia D, procura-se minimizar os efeitos da paralisação, que vai parar o país em pleno mês de agosto. Mas entre os partidos políticos fazem-se leituras diferentes sobre as medidas que estão a ser tomadas pelo Governo e as consequências que a paralisação pode ter.

A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, foi a líder política que mais recentemente veio manifestar a sua preocupação com o impacto da greve dos motoristas. Durante uma visita ao distrito de Leiria, esta terça-feira, Assunção Cristas afirmou que há várias campanhas agrícolas que “estão a arrancar ou que já estão a meio e, obviamente, sem combustível, sem camiões ou sem camionistas para os poderem operar, haverá muita dificuldade em ter um ano agrícola minimamente normal”.

A dirigente centrista defendeu que “o Governo tem de se empenhar em prever todos os cenários possíveis para que em qualquer um deles haja resposta”, considerando que os governantes devem fazer “tudo o que está ao seu alcance para tentar que a greve não aconteça”. Além disso, Assunção Cristas defendeu ainda a necessidade de um plano B e C para garantir que o país vai “continuar a ter abastecimento nos supermercados, nas bombas de gasolina e a ter uma vida mais ou menos normal”.

“[O abastecimento às explorações agrícolas] é um tema que me preocupa muito”, afirmou.

Já a coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, veio afirmar na segunda-feira que não há “fundamento legal” para o Governo avançar com requisição civil. A dirigente bloquista lembra que os sindicatos se comprometeram a cumprir os serviços mínimos durante a greve convocada para dia 12 e por tempo indeterminado, e, dessa forma, “o problema fica resolvido”.

“Não há necessidade, nem fundamento legal [para a requisição civil ou para colocar militares a fazer o transporte de matérias perigosas]. Só quando há incumprimento de serviços mínimos é que eventualmente o Governo pode utilizar outros meios. Os sindicatos já disseram que vão cumprir os serviços mínimos e, se vão cumprir os serviços mínimos, o problema fica resolvido”, afirmou Catarina Martins aos jornalistas.

Já o PSD e PCP ainda não se pronunciaram sobre a greve dos motoristas.

O Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e o Sindicato Independente de Motoristas de Mercadorias (SIMM) convocaram uma greve a iniciar no dia 12 e por tempo indeterminado. O Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos do Norte (STRUN) já veio também associar-se à paralisação.

O Governo veio fixar serviços mínimos entre 50 e 100%. Para os motoristas de matérias perigosas foram decretados 50%, tal como para os postos de abastecimento. Já para transportes públicos e, para aeroportos e serviços de saúde, bem como para as redes de emergência foram fixados serviços mínimos de 100%.

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