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Presidente da AEP diz que o aeroporto de Lisboa e as greves afetam a imagem do país

Paulo Nunes de Almeida, em entrevista à Antena 1 e ao Jornal de Negócios, falou sobre o estado da economia nacional. Apesar de as empresas já não colocam o financiamento como um tema crucial, atuam num contexto de riscos ao desenvolvimento da atividade económica. O Brexit, o aeroporto, as greves e a canalização do investimento público são alguns desses riscos.
6 Janeiro 2019, 10h44

O financiamento à atividade empresarial portuguesa já não tem os problemas do passado “porque os bancos estão em melhores condições para financiar a economia”, garantiu o presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP), Paulo Nunes de Almeida, numa entrevista à “Antena 1” e ao “Jornal de Negócios”. O dirigente sublinhou que, apesar de existirem, atualmente, regras mais exigentes para que a banca conceda empréstimos, “os empresários já não colocam a questão do financiamento como um tema central”.

Apesar de reconhecer que as empresas estão a pensar cumprir os investimentos previstos para este ano e em “continuar a investir na captação de novos mercados”, Paulo Nunes de Almeida admitiu que, apesar da melhoria do investimento depois da crise, ainda se encontra “abaixo da média da União Europeia”.

“Não sinto, da parte dos empresários e das empresas, a intenção na redução de investimento, mas os empresários estão preocupados. E não nos podemos esquecer que a EU é o destino, entre 70% a 75%, das nossas exportações”, disse.

Ainda sobre a economia, Paulo Nunes de Almeida salientou dois riscos, ligados ao turismo, que podem dificultar a atividade das empresas. O primeiro consiste nos efeitos colaterais do Brexit no turismo, uma vez que o Reino Unido é um grande “fornecedor de turistas para o nosso país”. O segundo tem que ver com a capacidade do aeroporto de Lisboa, que “afeta brutalmente a imagem de Portugal enquanto destino turístico” e que “é já hoje um grande constrangimento àquilo que tem a ver, não só com o turismo, mas também com os negócios, porque hoje o transporte também é feito por carga aérea [de mercadorias]”. Neste sentido, o dirigente associativo ficou agradado com a hipótese de, na próxima semana, o Governo e a ANA assinarem um entendimento sobre o início da construção do novo aeroporto, “que peca por tardia”.

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Além do aeroporto de Lisboa, Paulo Nunes de Almeida também vê nas greves um elemento de fragilidade da imagem que Portugal projeta para o exterior. “Há todo um conjunto de serviços dos quais a internacionalização e a relação da economia com o exterior acaba por ser prejudicada por essas greves”, disse. E “essa imagem do país passa para o exterior e para os mercados com quem nos relacionamos, mas depois também se traduz nos próprios resultados das empresas, porque o tempo de entrega e de capacidade de respostas cria negocio”, realçou.

Ao nível do poder local, Paulo Nunes de Almeida encontrou lacunas na aplicação de capital, que têm, atualmente, “excedentes de tesouraria, que podiam ser aplicados nas necessidades básicas dos cidadãos”. Entre estas, o dirigente identificou a mobilidade e a melhoria das condições do parque escolar, “completamente deteriorado”. Aliás, para Paulo Nunes de Almeida existe um desequilíbrio entre as condições do parque escolar e os objetivos dos decisores políticos, para quem “o grande desígnio do nosso país é apostar na formação e na qualificação das pessoas”.

 

 

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