O Presidente da Colômbia anunciou o início de 65 ações disciplinares, incluindo oito por homicídio, para investigar a violência policial durante os protestos que se realizam diariamente há 14 dias no país.
Iván Duque, que visitou na terça-feira a localidade de Cali (sudoeste), centro dos protestos contra o Governo, disse terem sido iniciadas “65 ações disciplinares, 27 por abuso de autoridade, 11 por agressão física, oito por homicídio e 19 por outros comportamentos”.
A Procuradoria tem ainda em curso dez investigações e o Ministério Público 20, enquanto a Justiça Penal Militar é responsável por seis, acrescentou.
Além disso, “667 pessoas foram detidas por atos de vandalismo, 20 por ordem judicial e 647 quando encontradas em flagrante delito”, disse.
O Provedor de Justiça informou que pelo menos 41 pessoas morreram durante as manifestações que agitam o país desde 28 de abril, incluindo um agente da polícia.
Segundo o Ministério da Defesa colombiano, 849 agentes ficaram feridos nos protestos, incluindo 12 por armas de fogo, além de 716 civis, sem precisar neste caso o número de feridos por balas.
Estas são as manifestações mais sangrentas contra o Governo do Presidente de direita desde os protestos maciços em 2019 e 2020 contra a violência policial.
Duque, que visitou Cali pela segunda vez, anunciou que os estudantes de universidades públicas e instituições técnicas e tecnológicas não terão de pagar propinas durante o segundo semestre deste ano, uma das reivindicações dos manifestantes.
“A partir de agora, neste segundo semestre de 2021, teremos educação pública, universitária, técnica e tecnológica gratuita” para os estudantes mais pobres, anunciou.
O governante colombiano indicou que a medida vai permitir que 97% dos estudantes em universidades públicas, instituições técnicas e tecnológicas tenham “as propinas pagas”.
Uma das exigências dos manifestantes é que o Governo garanta “propinas zero” aos estudantes das universidades públicas.
“Sabemos que a pandemia trouxe muitos efeitos negativos para o rendimento das famílias e, por isso, muitas famílias expressaram a necessidade de poder ter um mecanismo que ajude a cobrir os custos de educação”, acrescentou Duque, precisando que a medida só vai ser aplicada, para já, no segundo semestre deste ano.
No entanto, disse que pode vir a converter-se em política do Estado a partir de 2022.
Embora com menos intensidade que nos 13 dias anteriores, os protestos continuaram na terça-feira, com os sindicatos e organizações a convocar um novo dia de greve para hoje.
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