Presidente da República começa a receber partidos em Belém às 11h30

O Presidente da República vai receber esta terça-feira os partidos que foram eleitos para a Assembleia da República. As audiências em Belém vão acontecer com vista à indigitação do primeiro-ministro. Marcelo Rebelo de Sousa só vai tomar a decisão depois de ouvidos todos os partidos.

Mal foram conhecidos os resultados no domingo à noite, o Presidente declarou a sua pressa em indigitar o primeiro-ministro devido à realização de um “importante Conselho Europeu” a 17 e 18 de outubro por causa do Brexit.

“Tal como aconteceu com a legislatura anterior, o Presidente vai fazer de tudo para que haja estabilidade”, garantiu Marcelo Rebelo de Sousa na segunda-feira.

As audições têm início marcado para as 11.30 horas e devem terminar por volta das 20h00. Marcelo Rebelo de Sousa vai começar por ouvir o Livre, que foi o partido menos votado e que ainda assim conseguiu eleger um deputado. Seguem-se reuniões com o Iniciativa Liberal, às 12h00, o Chega às 12h30, o PEV às 13h00 e o PAN às 13h30.

Da parte da tarde, o presidente da República vai ainda ouvir, no Palácio de São Bento, o CDS-PP, pelas 16h00. Seguem-se o PCP, às 17h00, o Bloco de Esquerda às 18h00, o PSD às 19h00 e o PS às 20h00.

António Costa quer reunir-se na quarta-feira com os partidos de esquerda eleitos para o Parlamento, avançou o Observador. O líder do PS quer reunir-se com os líderes do Bloco de Esquerda, PCP/PEV, Livre, mas também com o PAN, nas respetivas sedes destes partidos.

No seu discurso de vitória no domingo à noite, António Costa destacou que o PS “reforçou a sua posição política em Portugal” e que os “portugueses gostaram da geringonça e desejam a continuidade da atual solução política”.

Tanto o PCP como o Bloco de Esquerda já declararam que estão dispostos a negociar com António Costa para uma geringonça 2.0, e já apresentaram os seus cadernos de encargos.

O PCP defendeu vários pontos como o aumento do salário mínimo para 850 euros, aumento das pensões , creches gratuitas para todas as crianças até aos três anos, construção de habitação pública e investimento no Serviço Nacional de Saúde.

Por sua vez, o Bloco de Esquerda, defendeu a reposição dos cortes feitos durante os tempo da troika e que ainda estão na legislação laboral, com a reposição dos dias de férias e das compensações por despedimento.

O Bloco defendeu também mais investimento público para “salvar o serviço nacional de saúde”, bem como a recuperação adicional de salários, pensões e direitos.

As eleições legislativas deste domingo deram vitória ao PS, com 36,65% dos votos (ainda sem estarem contabilizados os votos dos eleitores portugueses no estrangeiro) e sem maioria absoluta. Já o PSD manteve-se como maior partido na oposição, com 27,90% dos votos. Seguiram-se o BE (com 9,67%), a CDU (6,46%), o CDS-PP (4,25%) e o PAN (3,28%).

Já o Chega, Iniciativa Liberal e Livre elegeram pela primeira vez deputados nestas eleições. O Chega conseguiu 1,30% dos votos, a Iniciativa Liberal teve 1,29% e o Livre 1,09%.

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