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Presidente da República espera que Bruxelas desbloqueie “meia dúzia” de planos de recuperação até meados de junho

Em Ljubljana, Eslovénia, onde inicia este domingo uma visita oficial de três dias, Marcelo Rebelo de Sousa mostrou-se confiante na “luz verde para os fundos ainda durante o verão”. Até ao momento, 21 Estados-membros da UE já entregaram os Planos de Recuperação e Resiliência à Comissão Europeia. Portugal foi o primeiro a fazê-lo.
30 Maio 2021, 13h30

O Presidente da República afirmou este domingo, 30 de maio, esperar que a Comissão Europeia desbloqueie “uma meia dúzia” de Planos de Recuperação e Resiliência até “meados de junho”, porque significaria “luz verde para os fundos ainda durante o verão”.

“Esperamos que, até meados de junho, a Comissão desbloqueie os planos, não todos, mas uma meia dúzia pelo menos, para o Conselho Europeu de fim de junho poder dar a luz verde, porque isso significa luz verde para os fundos ainda durante o verão. (…) Se sobrar para a presidência eslovena, quer dizer luz verde para os fundos só em setembro, outubro, o que já faz a diferença”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

O Presidente da República prestava declarações aos jornalistas portugueses durante um passeio matinal em Ljubljana, cidade onde chegou no sábado à noite, e onde inicia hoje uma visita oficial de três dias que terminará na terça-feira.

Poucas horas antes de se reunir com o Presidente esloveno, Borut Pahor, e o Presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, no castelo de Brdo, a cerca de 20 quilómetros da capital eslovena, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que o encontro com os dois homólogos servirá para ver como o trio de presidências do Conselho da UE – de que fazem parte a Alemanha, Portugal e Eslovénia – está a correr.

“Sabemos que o fim do ano passado foi muito complicado, sabemos que o começo deste ano foi muito complicado por causa da pandemia. Esperamos que agora a parte final do plano seja muito menos complicada, e a Eslovénia tem o direito a beneficiar com isso, e vamos ver aquilo que está atrasado e o que foi feito”, informou.

Referindo assim que, durante o semestre português – que termina a 30 de junho, assumindo a Eslovénia a liderança do Conselho da UE a 1 de julho –, deram-se passos no “digital”, no “clima”, na “matéria dos fundos”, o Presidente da República frisou ainda que Portugal está a “fazer tudo” para que alguns Planos de Recuperação e Resiliência Nacionais possam “ser aprovados até ao final de junho”, o que significaria que as verbas ficariam disponíveis “antes do outono”.

“O que dependia de nós, presidência, foi feito, na regulamentação para os planos, o início da apresentação dos planos… (…) O tempo de aprovação normalmente é longo, mas aqui muitos planos tinham sido discutidos ao pormenor, (…) e, portanto, é por isso que esperamos que, até meados de junho, a Comissão desbloqueie os planos”, apontou.

Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou assim que considera que vai apresentar “um saldo positivo” do semestre português aos seus homólogos esloveno e alemão. “Agora vamos ver o que é que a Eslovénia tenciona fazer para dar sequência a um processo que começou na Alemanha e que, depois, para o ano, terá a França”, sublinhou.

Interrogado sobre se não teme que a instabilidade política que se vive atualmente na Eslovénia – a oposição eslovena tentou abrir um processo de destituição ao Governo na quinta-feira, tendo o Parlamento chumbado a abertura do procedimento –, Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que, o facto de a tentativa da oposição não ter sido aprovada, “dá uma estabilidade que não haveria se o processo de destituição fosse para a frente”.

“E o Presidente, ele próprio, tem um papel estabilizador. (…) Tem sido um fator de estabilidade, e a permanência do Governo e do primeiro-ministro garante um início de presidência eslovena que é fundamental para a Europa”, sublinhou.

Até ao momento, 21 Estados-membros da União Europeia já entregaram os seus Planos de Recuperação e Resiliência à Comissão Europeia, tendo Portugal sido o primeiro a fazê-lo.

Marcelo Rebelo de Sousa inicia hoje uma visita oficial de três dias à Eslovénia, tratando-se do primeiro Presidente da República Portuguesa a visitar o país desde que Jorge Sampaio veio à Eslovénia em abril de 1999. Inicialmente prevista para o ano passado, a visita foi adiada para este ano devido à pandemia de Covid-19, sendo os principais temas da deslocação a relação entre os dois países e a presidência do Conselho da União Europeia (UE), tendo em conta que a Eslovénia irá suceder a Portugal em julho.

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