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Presidente do CDS-PP mantém confiança política no líder do CDS-PP Madeira

O líder do CDS-PP disse que mantém a confiança política em Rui Barreto, líder do CDS-PP Madeira, “na medida em que não foi cometida nenhuma ilegalidade”. No sábado Rui Barreto indicou ter colocado à disposição o cargo de secretário da Economia, no governo PSD/CDS-PP, e disse ter “a confiança política da direção do CDS-PP, assim como a confiança política do presidente do Governo da Madeira [Miguel Albuquerque]”.
20 Abril 2021, 15h04

O presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, mantém a confiança política em Rui Barreto, líder do CDS/Madeira, depois de suspeitas sobre o financiamento do partido, indicando que “não foi registado nenhum empréstimo feito ao partido”.

“Sim, mantenho a confiança política na medida em que não foi cometida nenhuma ilegalidade”, afirmou o líder democrata-cristão à margem de uma visita a duas esquadras da PSP no concelho de Odivelas, distrito de Lisboa.

Salientando que “nas contas do CDS, quer a nível central quer regional, não foi registado nenhum empréstimo feito ao partido”, Francisco Rodrigues dos Santos defendeu que “a nível pessoal o que cada um entende como mais vantajoso ou oportuno ou avalizado para a sua esfera privada depende de cada um”.

“Do ponto de vista político, aquilo que me cumpre assegurar e acautelar, não foi cometida nenhuma ilegalidade nem nenhuma violação da lei, portanto desse ponto de vista eu estou absolutamente tranquilo”, salientou.

Em causa está uma reportagem emitida pela SIC na quarta-feira, em que foram expostos pormenores sobre o financiamento da estrutura regional durante a campanha para as eleições legislativas de 2019.

De acordo com a SIC, o CDS-PP/Madeira recebeu 29.880 euros, provenientes de César do Paço, agora principal financiador do partido Chega, sendo que o dinheiro foi transferido para as contas bancárias de seis membros do partido, incluindo o líder Rui Barreto, atual secretário regional da Economia.

A SIC refere que os seis militantes centristas receberam cerca de 5.000 euros cada, em agosto de 2019, depois de Rui Barreto ter conhecido, em Lisboa, César do Paço, ex-cônsul de Portugal em Cabo Verde e nos Estados Unidos e então militante e financiador do CDS-PP.

Faltavam seis semanas para as eleições na Madeira e a estrutura regional do partido passava por dificuldades financeiras, aguardando resposta a um pedido de empréstimo à Caixa de Crédito Agrícola.

O CDS-PP era, na altura, o maior partido da oposição madeirense, com sete deputados no parlamento, mas elegeu apenas três, numas eleições em que o PSD perdeu a maioria absoluta com que governava a região há 43 anos.

Os dois partidos estabeleceram um acordo de coligação governamental e o CDS-PP colocou dois elementos no executivo – Rui Barreto, na Secretaria da Economia, e Teófilo Cunha, na Secretaria do Mar e Pescas – e ainda José Manuel Rodrigues na presidência da Assembleia Legislativa da Madeira.

Questionado hoje se a direção nacional tinha conhecimento destas transferências de dinheiro, o presidente do CDS-PP respondeu negativamente.

“Não, não tínhamos. Aliás, como o próprio presidente do CDS/Madeira referiu, foi um empréstimo feito a título pessoal. O CDS nacional, que tem a sua contabilidade organizada, não tinha conhecimento de nenhum empréstimo feito, uma vez que no partido isso nunca aconteceu”, disse.

Em declarações aos jornalistas no sábado, o líder centrista madeirense indicou ter colocado à disposição o cargo de secretário da Economia, no governo PSD/CDS-PP, e disse ter “ a confiança política da direção do CDS, assim como a confiança política do senhor presidente do Governo [Miguel Albuquerque]”.

Rui Barreto afirmou também que “não há qualquer financiamento ilícito ao CDS” e “não entrou um cêntimo na conta” do partido, salientando que o que está em causa é “um empréstimo pessoal, que foi totalmente restituído”.

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