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Presidente egípcio em visita de Estado a França

ONG’s pedem a Emmanuel Macron que não deixe cair a questão dos atropelos dos direitos humanos no Egipto. Os dois países estiveram do mesmo lado e contra quase todo o ocidente na questão da guerra civil na Líbia.
  • Juan Ignacio Roncoroni / EPA
6 Dezembro 2020, 17h29

O presidente egípcio Abdel Fattah Al-Sissi chegou a Paris este domingo para uma visita de Estado de três dias. O objetivo é fortalecer a cooperação bilateral face às crises no Oriente Médio, mas também é esperado o envolvimento do Eliseu nas questões dos direitos humanos – naquela que será a parte mais polémica da visita.

O encontro entre Abdel Fattah Al-Sissi com o presidente Emmanuel Macron será o ponto alto da visita, quase dois anos após um encontro que teve lugar no Cairo, durante o qual os dois chefes de Estado assumiram as suas diferenças em matéria de direitos humanos.

O presidente francês não deixará de abordar novamente o assunto dos direitos humanos, garantiu o seu gabinete. Os defensores dos direitos humanos pediram uma ação forte do governo francês nesta matéria, e não deixaram de recordar que a França é um dos maiores fornecedores de armamento ao Egipto.

“Estamos surpresos que a França esteja a estender o tapete vermelho a um ditador quando há mais de 60 mil prisioneiros de consciência hoje no Egipto”, disse Antoine Madelin, da Federação Internacional de Direitos Humanos (FIDH), à agência AFP.

Cerca de vinte organizações não governamentais convocaram uma manifestação para a próxima terça-feira em frente à Assembleia Nacional em Paris para denunciar “a parceria estratégica” entre a França e o Egipto em nome da luta anti-terrorismo. Para as ONGs, o regime do Cairo “abusa da legislação anti-terrorismo para erradicar o trabalho legítimo de direitos humanos e suprimir toda dissidência pacífica” .

Os dois chefes de Estado farão um balanço da cooperação nas principais questões de segurança regional, desde a luta contra o terrorismo até à crise na Líbia, incluindo rivalidades com a Turquia no Mediterrâneo Oriental.

França e Egito querem consolidar os “sinais positivos” vindos dos observadores na Líbia, um teatro de crise onde Paris e o Cairo estiveram unidos na defesa do marechal Khalifa Haftar, homem forte do leste do país, contra a quase totalidade dos restantes países ocidentais.

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