Decorreu esta segunda-feira a primeira reunião negocial entre os representantes da Saint-Gobain Sekurit Portugal, ramo do grupo francês ligado à produção de vidro automóvel que anunciou o encerramento da sua atividade no nosso país a semana passada, e os trabalhadores da empresa. Apesar de não ter sido atingido ainda nenhum acordo, como é compreensível em situações desta natureza, o comunicado da Saint-Gobain fala num “ambiente de total normalidade”.
A empresa francesa refere que avançou com uma proposta de indemnizações individuais num valor 50% acima do previsto pela lei, além de se comprometer a ajudar os trabalhadores que perderão o seu posto de trabalho a encontrar um novo emprego, alguns deles mesmo noutros ramos da Saint-Gobain.
O grupo responsável pela única fábrica de produção de vidro automóvel em Portugal reforça os motivos pelos quais se viu obrigado a fechar esta atividade no país, relembrando os “prejuízos acumulados e a impossibilidade de reversão dos problemas estruturais da empresa”, lê-se no comunicado.
“Os problemas da Saint-Gobain Sekurit Portugal têm mais de uma década, tendo a empresa sido alvo de várias restruturações na tentativa de minimizar os gastos de estrutura e operacionais. Até agora, tinha sido possível manter a empresa em laboração com a compreensão e o envolvimento dos trabalhadores, e por via da constante capitalização da empresa por parte dos sócios. Porém, a pandemia de Covid-19 agravou uma situação já de si frágil, aumentando substancialmente a retração do mercado automóvel (a empresa transforma vidro para os automóveis, sendo essa a sua única atividade), sem possibilidades de recuperação a curto, médio e longo prazo”, acrescenta a nota.
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