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Primeiro-ministro de Israel adota discurso belicista

Benjamin Netanyahu afirmou que o seu país responderá com as armas a qualquer agressão de que for alvo. António Guterres, secretário-geral da ONU, já pediu às partes envolvidas que evitem novos confrontos.
  • Atef Safadi/Reuters
12 Fevereiro 2018, 06h55

Depois de o exército israelita ter abatido um drone iraniano que violou, no sábado, o espaço aéreo do país – e apesar de todas as tentativas da comunidade internacional de promover a desdramatização do sucedido – o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu adotou um discurso marcadamente belicista.

Não apenas pela forma como se referiu ao incidente – tendo dito publicamente que está satisfeito com a incursão militar do seu país contra o Irão na Síria – mas também pela mensagem de ‘lançamento do estado de guerra’ que tem vindo a produzir. Netanyahu afirmou, citado por vários meios de comunicação, que fará “o que for necessário” para proteger o seu país contra Teerão que, afirma, quer “destruir Israel”.

Sábado passado “demos um forte golpe nas forças iranianas e sírias. Deixámos absolutamente claro para todos que as nossas regras não mudaram: continuamos a retaliar qualquer tentativa de nos atingirem. Essa foi e continuará a ser a nossa política”, afirmou o chefe do executivo israelita – numa mensagem que parece querer dizer que o diálogo não faz parte das regras enunciadas.

“Há algum tempo que venho a alertar para os perigos do envolvimento militar do Irão na Síria. O Irão procura usar o território sírio para atacar Israel, para destruir declaradamente Israel. O Irão violou a soberania de Israel”, afirmou ainda.

Benjamin Netanyahu e o ministro da Defesa, Avigdor Lieberman – que já foi ministro dos Negócios Estrangeiros e, nessa qualidade, renunciou aos acordos da Conferência de Annapolis, que tinha por objetivo promover a retomada do processo de paz no Médio Oriente – chamaram os responsáveis militares para uma reunião de emergência em Telavive.

Segundo a imprensa local, a reunião serviu para, durante longas horas, se discutir os próximos passos a dar no quadro de conflito iminente que se vive no Médio Oriente.

O Secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, já condenou os acontecimentos e mostrou-se preocupado com a escalada da tensão na região. A Rússia – que se afigura cada vez mais como a potência com maior preponderância na região – também se apressou a pedir calma e diálogo entre as partes, mas vários analistas já manifestaram opinião segundo a qual o governo de Vladimir Putin tem que ser mais pró-ativo.

Segundo várias fontes, está nas mãos da Rússia tentar encontrar uma base de entendimento entre o Irão (e a Síria) e Israel – na medida em que o país é neste momento o único que tem relações diplomáticas (visíveis e ‘invisíveis’) fortes com todas as partes em litígio.

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