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Primeiro ministro não garante que TAP venha a precisar de mais dinheiro do Estado

“Não gosto de dar garantias que não sei se posso honrar”. Foi assim que o primeiro ministro respondeu esta segunda-feira à questão sobre se a TAP precisaria eventualmente de mais fundos do Estado para recuperar, depois de a proposta de Orçamento do Estado para 2021 ter reservado 500 milhões de euros em cima das ajudas de Estado de 1.200 milhões de euros.
  • TAP Portugal
19 Outubro 2020, 22h41

Em entrevista à TVI, António Costa recusou antecipar conclusões numa altura em que o plano de reestruturação da companhia aérea está a ser preparado pelo novo conselho de administração e não se quis comprometer com a possibilidade de a empresa precisar de mais apoios do Estado, remetendo a resposta para depois da apresentação do plano de recuperação, que deverá acontecer em novembro.

A TAP já recebeu cerca de 40% dos 1,2 mil milhões de euros que vai receber em ajudas de Estado, já autorizadas pela Comissão Europeia, sendo que o a proposta do Orçamento do Estado para 2021 tem reservados 500 milhões de euros para a companhia aérea.

Na proposta do OE2021, lê-se que “apesar desta incerteza, e por uma questão de cautela, tendo em atenção o impacto da TAP na atividade económica nacional e, consequentemente, o seu papel na recuperação da economia portuguesa, no Orçamento do Estado para 2021 o valor previsto para garantias, acomoda 500 milhões de euros a conceder eventualmente para que a empresa, apesar da crise do setor se possa financiar em mercado, sempre no âmbito da aplicação de um plano de reestruturação que possa criar as condições para a sustentabilidade e competitividade da empresa”.

A TAP cai no âmbito da tutela do Ministério das Infraestruturas e da Habitação, liderado por Pedro Nuno Santos, cujo desempenho merece nota positiva por parte do primeiro ministro. “Senão já teria agido em conformidade”, referiu António Costa na entrevista.

Na semana passada, em audição parlamentar, Pedro Nuno Santos revelou que TAP vai perder 1.600 trabalhadores até ao final do ano, sendo que 1.200 já foram para o desemprego. “Mandar 1.200 pessoas para o desemprego custa a qualquer pessoa”, referiu o primeiro ministro, adiantando que “o plano de reestruturação está a ser feito, mas muitas vezes para uma empresa sobreviver tem de sacrificar-se alguns postos de trabalhado”, nomeadamente na conjuntura adversa atual, que levou a uma quebra de 80% do número de voos a nível global.

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