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Príncipe da Arábia Saudita diz que Jamal Khashoggi ”era um islamita perigoso”

O príncipe herdeiro da Arábia Saudita terá dito, num telefonema com Jared Kushner, que o jornalista morto em Istambul era um islamista perigoso.
  • Jonathan Ernst/Reuters
2 Novembro 2018, 13h29

O príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman terá descrito o jornalista Jamal Khashoggi, que foi morto no consulado saudita em Istambul no início de outubro, como um islamita perigoso, noticia o”The Washington Post” esta sexta feira, 2 de outubro, citando várias fontes ligadas a estas figuras da diplomacia internacional.

O jornal norte-americano escreve que o mesmo aconteceu durante uma conversa telefónica que terá ocorrido entre Mohammed bin Salman, o genro de Donald Trump, Jared Kushner, e o conselheiro para a segurança nacional, John Bolton.

Recorde-se que Jamal Khashoggi era um duro crítico do regime saudita e que o príncipe herdeiro tem sido apontado como o principal suspeito de ter ordenado a sua execução, que ocorreu quando o jornalista se dirigiu a um consulado saudita em Istambul, onde vivia e se preparava para casar com a sua noiva turca.

As declarações de Mohammed bin Salman ao telefone com os dois norte-americanos contrasta com a posição pública do príncipe, que na sua primeira aparição pública após a morte do jornalista assegurou que os assassinos de Khashoggi serão levados à justiça.

“A Arábia Saudita está a levar a cabo todos os procedimentos legais necessários, em cooperação com o governo turco, para que as investigações sejam finalizadas e os responsáveis levados a Tribunal e julgados”, afirmou Mohammed bin Salman na semana passada, após o presidente turco ter exigido saber o paradeiro do corpo da vítima.

A versão oficial da Arábia Saudita começou por ser a de que a morte de Khashoggi havia resultado de um interrogatório que correu mal, mas entretanto as autoridades sauditas já admitiram que a morte do jornalista foi um “erro tremendo” que aconteceu durante uma operação não autorizada pelas autoridades.

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