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Procurador-geral de Angola a caminho de Lisboa para se reunir com PGR portuguesa

Ao que a SIC e o Expresso apuraram, Hélder Pitta Grós chega a Portugal esta quinta-feira, 23 de janeiro, para se encontrar com Lucília Gago. É o primeiro encontro entre os dois desde que rebentou o caso Luanda Leaks.
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    Mário Cruz/Lusa
22 Janeiro 2020, 17h17

As Procuradorias Gerais de Angola e Portugal vão reunir-se, esta quinta-feira 23 de janeiro, em Lisboa para discutir o caso Luanda Leaks.

Hélder Pitta Grós, o general que está à frente da PGR de Angola, vem a Portugal para se encontrar com a sua congénere portuguesa, a magistrada Lucília Gago. A SIC/Expresso confirmaram a realização da reunião junto de fonte oficial em Angola no âmbito da investigação do Luanda Leaks.

O PGR angolano revelou que “se necessário” iria pedir a colaboração das autoridades portuguesas não só na investigação do império financeiro, mas também para notificar e ouvir os cidadãos portugueses envolvidos no processo, como Sarju Raikundalia, Jorge Brito Pereira, Paula Oliveira, e Mário Leite da Silva, tal como avança o jornal do grupo Impresa.

O encontro vai decorrer esta quinta-feira em Lisboa. A informação ainda não consta da agenda oficial da PGR portuguesa.

Mandado de captura para Isabel dos Santos

Pitta Gróis, confirmou que existe uma investigação por branqueamento de capitais a correr contra Isabel dos Santos e, sobre a possibilidade de emitir um mandado de captura, Pitta Gróis refere que “se no caso dela e se a lei permitir, nós utilizamos todos os meios que a lei nos permite”.

Em entrevista ao “Expresso”, o procurador realça que Isabel dos Santos ainda não foi ouvida uma vez que saiu de Angola no mesmo dia em que foi notificada e sobre a hipótese de um mandado de captura, Pitta Gróis realça que “a lei dá-nos essa faculdade, caso haja um processo-crime em curso”, dando o exemplo de um outro cidadão angolano para o qual as autoridades angolanas tiveram que pedir a cooperação internacional.

Sobre Isabel dos Santos, Hélder Pitta Gróis coloca a hipótese de emissão de um mandado de captura em aberto: “Se no caso dela e se a lei permitir, nós utilizamos todos os meios que a lei nos permite”.

Uma investigação de um consórcio internacional de jornalistas de investigação (ICIJ), sugere que Isabel dos Santos beneficiou de imensas oportunidades facultadas por José Eduardo dos Santos, antigo presidente de Angola e pai de Isabel dos Santos, enquanto dirigiu o país.

Os Luanda Leaks têm 715 mil documentos, entre e-mails, contratos, auditorias, e contas que foram obtidas por uma plataforma de denunciantes em África (PPLAAF), que depois foi partilhada com a ICIJ.

De referir que Isabel dos Santos já tinha negado ter sido beneficiado pelo Estado de Angola, e diz que existe um ataque concertado da atual governação do país contra si, com motivações políticas.

Os documentos a que o ICIJ teve acesso refere uma rede opaca com 400 companhias, muitas delas offshores, ligadas a Isabel dos Santos, e ao marido, Dokolo e os seus associados, e também a assistência dada por parte de companhias europeias e americanas.

A documentação dá indícios de que a Sonangol vendeu a Dokolo uma participação na Galp, avaliada em 750 milhões de euros depois de um empréstimo de 11 milhões de euros.

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