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Professores fazem greve às avaliações se “decreto do roubo” não for alterado

Os professores vão fazer greve às avaliações e uma manifestação nacional na véspera das eleições legislativas caso a recuperação de anos de serviço prevista no que consideram o “decreto do roubo” não seja alterada no Parlamento.
23 Março 2019, 20h47

Os professores vão fazer greve às avaliações e uma manifestação nacional na véspera das eleições legislativas caso a recuperação de anos de serviço prevista no que consideram o “decreto do roubo” não seja alterada no Parlamento.

Durante a tarde de hoje milhares de docentes de todo o país manifestaram-se nas ruas de Lisboa contra o decreto-lei do Governo que veio devolver dois anos, nove meses e 18 dias de serviço congelado, por entenderem que o diploma “apagou” os restantes seis anos e meio de serviço que trabalharam.

Para secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, o Governo aprovou um “decreto do roubo”, diploma que acabaria por ser promulgado pelo Presidente da República e publicado na semana passada em Diário da República.

Mas a esperança dos docentes não se desvaneceu e agora as atenções viram-se para a Assembleia da República, uma vez que os deputados do Bloco de Esquerda, PCP e PSD já anunciaram que em 16 de abril vão avançar com pedidos de apreciação parlamentar do decreto-lei.

“Convocaremos greve às avaliações de final de ano, a partir de 6 de junho, caso, até essa altura, o decreto-lei do Governo não seja alterado na Assembleia de República, sendo contabilizados os nove anos, quatro meses e dois dias em que os professores trabalharam”, anunciou Mário Nogueira, perante os milhares de docentes que hoje encheram a Praça do Comércio.

Além disso, os docentes comprometeram-se ainda a realizar uma Manifestação Nacional a 5 de outubro, que é Dia Mundial do Professor, mas também véspera de eleições legislativas.

“Enquanto nos estiver a ser roubado tempo de serviço, nós continuaremos a vir aqui para o exigir”, acrescentou Fátima Ferreira, presidente da Associação Sindical de Professores Licenciados (ASPL), uma das dez organizações sindicais que fazem parte da plataforma criada há mais de um ano para negociar a recuperação do tempo de serviço.

“Enganavam-se todos aqueles que achavam que não voltávamos a encher o Terreiro do Paço. Temos o Terreiro do Paço cheio. Estamos aqui porque não abdicamos. Estamos aqui porque temos razão. Estamos aqui porque não desistimos”, sublinhou João Dias da Silva, secretário-geral da Federação Nacional de Educação (FNE).

Apesar de questionados pelos jornalistas, os elementos da PSP presentes no protesto escusaram-se a avançar com uma estimativa do número de participantes presentes hoje na manifestação que, segundo alguns sindicalistas, rondariam os 80 mil.

A Lusa constatou no local que eram muitos milhares os que hoje à tarde desceram a Avenida da Liberdade e ocuparam a Praça do Comércio empunhando bandeiras das dez estruturas sindicais que organizaram o protesto.

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