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BPI: Propostas vinculativas para a carteira de malparado a empresas entregues em setembro

Nesta altura o BPI recebe propostas não vinculativas e deverá receber as binding offers em setembro. Pablo Forero apresenta os resultados do semestre com críticas à política de taxas de juro do BCE.
  • Cristina Bernardo
29 Julho 2019, 12h53

O presidente do BPI, Pablo Forero, anunciou que vai vender no segundo semestre uma carteira de crédito malparado (NPE) no valor de 200 milhões de euros, o que representa 20% da carteira de crédito.

Trata-se de uma carteira de crédito incobrável a empresas com garantias (secured).

“A venda está a correr bem, temos 7 ou 8 propostas não vinculativas”, disse Pablo Forero. As propostas vinculativas serão entregues em setembro. O BPI quer fechar a venda da carteira de malparado até ao fim do ano.

O rácio de NPE (malparado) do banco foi de 3,3% em junho de 2019, e a cobertura de NPE está em 126% por imparidades e colaterais.

A elevada qualidade da carteira de crédito permitiu, no 1º semestre de 2019, reversões de imparidades de crédito de 4,9 milhões e a recuperação de 5,9 milhões de créditos anteriormente abatidos ao ativo.

Assim, o custo do risco de crédito, medido pelas imparidades líquidas de recuperações de crédito anteriormente abatido ao ativo, foi de -11 milhões (-0,09% da carteira de crédito, em termos anualizados) na primeira metade de 2019.

Sobre a rentabilidade Forero falou da política de juros muito baixos ou negativas do BCE e da sua pressão na margem financeira. As taxas vão continuar baixas e por muito mais tempo, “o que não é bom para os bancos”.

“Recordo que existem taxas negativas nos depósitos das empresas na Europa e em Portugal não vai acontecer”, referiu. Por outro lado as instituições são obrigadas a refletir taxas de juro negativas no crédito à habitação desde o dia 19 de julho de 2018. “Tudo isso é absorvido pela conta de resultados dos bancos”, concluiu.

A situação das taxas de juro baixas vai durar por sete ou oito anos, alertou Forero.

Na Europa a maioria do crédito à habitação é feita a taxas fixas, disse ainda  CEO do BPI.

No BPI o crédito à habitação caiu 27% este semestre por comparação ao ano passado, de 717 milhões para 524 milhões, revelou o CEO.

Na fase das perguntas e respostas, Pablo Forero foi questionado sobre se estaria a negociar a venda da dívida na autoestrada Algarve Litoral ao fundo SVP Global. Mas o CEO do BPI recusou comentar, limitando-se a dizer que era um crédito que “estava a correr bem”.

Recorde-se que saíram noticias que dão conta que o fundo de investimento Strategic Value Partners (SVP Global) – especializado em melhorar o desempenho de investimentos em dificuldades – está em negociações para comprar as dívidas de algumas concessionárias. Segundo o jornal i, a ideia é ficar com as concessões das autoestradas Transmontana, Douro Interior, Algarve e Baixo Alentejo. Um dos bancos com quem este fundo internacional estaria em negociações é o BPI.

O CEO do BPI respondeu ainda à questão  do novo mandato dos órgãos sociais, uma vez que o atual acaba no fim do ano, dizendo que o tema ainda não foi discutido. A questão por-se-á na recondução de Fernando Ulrich como Chairman.

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