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Proteção Civil rejeita constrangimento com suspensão de ‘drones’ da Força Aérea

A ANEPC dispõe de “dois aviões de coordenação e vigilância que permitem fazer a cobertura total do país”, assegura a Lusa.
6 Setembro 2020, 13h33

A suspensão do uso de ‘drones’ pela Força Aérea Portuguesa (FAP) não representa qualquer limitação na vigilância e no combate aos incêndios rurais, assegurou hoje a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

De acordo com o comandante de agrupamento distrital Pedro Nunes, a ANEPC dispõe de “dois aviões de coordenação e vigilância que permitem fazer a cobertura total do país” e dois helicópteros para coordenação de meios aéreos que “podem também fazer missões de vigilância e observação” integrados no dispositivo de combate a incêndios rurais.

“Não sofremos nenhum ‘handicap’ com a paragem do programa dos ‘drones’. Temos os nossos meios próprios, estão disponíveis, operacionais e a qualquer momento saem para os incêndios para que estes possam ser analisados. Essa é uma questão que, do ponto de vista da ANEPC, nos ultrapassa e não nos provoca nenhum constrangimento neste momento”, afirmou, sublinhando ainda que a vigilância “é competência exclusiva da Guarda Nacional Republicana”.

Em causa nesta matéria está o anúncio de sábado da FAP da suspensão das operações com os seus ‘drones’ até à conclusão da investigação à aterragem forçada de um destes aparelhos ocorrida no concelho de Alcácer do Sal, distrito de Setúbal. A aeronave não tripulada operava a partir da base de Beja.

Segundo um comunicado da FAP, “até à conclusão” da investigação, “as operações com este tipo de aeronaves estão suspensas nas outras bases de operação (Lousã e Mirandela)”. Em alternativa, foi definido “nesta altura de maior risco” o uso de “aeronaves tripuladas para realização das missões de vigilância aérea e deteção de fogos”.

A FAP adquiriu 12 ‘drones’ para reforçar a capacidade de vigilância aérea e deteção de incêndios no âmbito do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais em Portugal (DECIR).

Dos 12 ‘drones’, seis de asa fixa estavam a operar a partir de três bases de operação (Lousã, Beja e Mirandela), cobrindo as regiões Norte, Centro e Sul de Portugal, e até ao final de agosto tinham realizado cerca de 100 horas de voos.

Dos restantes aparelhos, dois com capacidade de descolagem e aterragem à vertical estão em fase de testes e qualificação. A FAP aguarda a entrega pelo fabricante dos outros quatro.

Segundo a Força Aérea, o processo de coordenação com a GNR e a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil está “plenamente implementado para as três bases de operação, através da ligação em rede e partilha de imagem em tempo real, permitindo desta forma maior celeridade na análise e resposta por parte das entidades no terreno”.

O Governo determinou a declaração da situação de alerta em 14 distritos do território continental, todos a norte do rio Tejo, incluindo Portalegre, desde as 00:00 de hoje e as 23:59 de terça-feira, face ao risco de incêndio.

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