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Protesto dos taxistas: ”Não sairemos daqui enquanto não houver resposta do governo”

O eixo central da Avenida da Liberdade, em Lisboa, que esteve cortado devido à concentração de taxistas em protesto contra as plataformas de transporte em veículos descaracterizados, foi reaberto hoje às 7:30 pela PSP.
20 Setembro 2018, 12h04

A PSP já reabriu o eixo central da Avenida da Liberdade, em Lisboa, que esteve bloqueado pelo protesto dos taxistas contra a chamada “lei da Uber”, que regula as plataformas eletrónicas de transporte de passageiros que operam em Portugal, mas os taxistas garantem que vão continuar a contestação.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da Federação Portuguesa do Táxi, Carlos Ramos, considerou que a reabertura do eixo central da Avenida da Liberdade é uma provocação e uma alteração das condições que tinham ficado estabelecidas anteriormente.

”Não devemos reagir (..) Não sairemos daqui enquanto não houver resposta do governo. O Governo empurrou-nos para esta situação. Agora têm que falar connosco”, acrescentou.

Carlos Ramos pediu aos taxistas que tenham calma e que mantenham a postura que têm tido até agora.

Os taxistas iniciaram quarta-feira, 19 de setembro, um protesto contra a entrada em vigor da lei que regula as plataformas eletrónicas de transporte que operam em Portugal –  Uber, Taxify, Cabify e Chaffeur Privé. No seguimento da ação de contestação, a Avenida da Liberdade esteve fechada ao tráfego, tendo a PSP decidido a reabertura esta quinta-feira, 7:30.

Os protestos estenderam-se também ao Porto e a Faro. Carlos Ramos referiu que o número de táxis que aderiu ao protesto, esta quinta-feira, no Porto, é superior ao de quarta-feira pela mesma hora: “Encontram-se por lá mais de 200 carros”, disse, acrescentando que em Faro já se juntaram, na Estrada Nacional 125-10, 250 viaturas.

A legislação regula as plataformas eletrónicas de transporte foi promulgada pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a 31 de agosto. A entrada em vigor acontecerá a 1 de novembro, mas o setor do táxi marcou a manifestação precisamente com a intenção de que esta não venha a ser aplicada.

Os protestos, que se fizeram sentir desde Norte a Sul do país, contaram com cerca de 1.500 táxis.

Em Lisboa, as estradas ficaram concentradas a partir das 5:00 da manhã o que resultou num corte do trânsito, com excepção para os veículos de emergência, polícia e transportes coletivos de passageiros. A Avenida da Liberdade, Fontes Pereira de Melo, Praça Duque de Saldanha, Restauradores e Avenida da República ficaram condicionadas, uma vez que os taxistas ficaram estacionados nas faixas ‘bus’.

No Porto, 280 táxis preencheram meia avenida, ocupando uma das duas faixas de rodagem em ambos os sentidos de circulação, no troço compreendido entre o edifício da Câmara do Porto e os cruzamentos com a rua Elísio de Melo e do Dr. Magalhães Lemos.

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