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Protestos em Hong Kong estão a afetar turismo em Macau

O único candidato a chefe do Governo de Macau disse hoje que os protestos em Hong Kong estão a afetar o turismo no território e admitiu que a manter-se a tendência a cidade pode “enfrentar um grande problema”.
10 Agosto 2019, 13h47

Há algumas influências. (…) O número de turistas está a reduzir”, afirmou Ho Iat Seng, numa conferência de imprensa que serviu para apresentar o programa político.

“Se a situação de Hong Kong continuar assim, no segundo semestre se calhar vamos enfrentar um grande problema”, admitiu.

“Mas acredito que o Governo de Hong Kong seja capaz de resolver o problema”, frisou o candidato a governar o antigo território administrado por Portugal, vizinho da ex-colónia britânica.

Ambos os territórios vizinhos são ligados por ferries e autocarros, com Macau a beneficiar ainda da entrada de turistas que aterram no aeroporto internacional de Hong Kong, um dos mais movimentados do mundo.

Os protestos em Hong Kong duram há mais de dois meses, têm sido marcados por violentos confrontos entre manifestantes e a polícia, com recentes dados a apontarem para um impacto económico na indústria de viagens na ex-colónia britânica.

Na quinta-feira, o Governo de Hong Kong informou que a chegada de turistas caiu 26% no final do mês passado em relação ao mesmo período de 2018 e que continua a cair em agosto, sendo que o setor de viagens representa 4,5% da economia da cidade.

O impacto pode ser tão mau ou pior do que em 2003, aquando do surto da Síndrome Respiratória Aguda Severa (SARS), afirmou o presidente do Conselho da Indústria de Viagens, Jason Wong Chun-tat, citado pelo jornal South China Morning Post.

Wong disse que os cancelamentos podem reduzir em 40% as receitas de hotéis em agosto, comparativamente ao mesmo período do ano passado.

Hong Kong vive um clima de contestação social após a apresentação de uma proposta de alteração à lei da extradição, que permitiria ao Governo e aos tribunais a extradição de suspeitos de crimes para jurisdições sem acordos prévios, como é o caso da China continental.

A proposta foi, entretanto, suspensa, mas as manifestações generalizaram-se e denunciam agora uma “erosão das liberdades” na antiga colónia britânica.

Na conferência de imprensa, Ho Iat Seng afirmou a sua convicção de que se o Governo de Macau conseguir ouvir as preocupações e comunicar com os jovens será capaz de evitar o que está a acontecer em Hong Kong.

O ex-presidente da Assembleia Legislativa (AL) de Macau e único candidato ao cargo de chefe do executivo apresentou esta manhã o seu programa político aos membros da Comissão Eleitoral.

Ho Iat Seng, de 61 anos, entregou 379 boletins assinados por membros da Comissão Eleitoral do Chefe do Executivo (CECE), que vai eleger o líder do Governo de Macau em 25 de agosto.

Além de ser eleito por um colégio eleitoral, o candidato a chefe do Executivo é nomeado pelo Governo Central, de acordo com a ‘mini Constituição’ do território, a Lei Básica, e a respetiva lei eleitoral.

Em 05 de julho, Ho Iat Seng renunciou ao mandato de deputado, e automaticamente ao cargo de presidente da AL, para se candidatar ao cargo de chefe do Governo de Macau. O atual líder do executivo, Fernando Chui Sai On, cumpriu dois mandatos e não pode recandidatar-se.

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