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PS-Madeira critica que Orçamento Suplementar não contemple reforço de verbas para o Turismo

Sérgio Gonçalves destacou ainda que mais de um terço da população ativa está em situação de layoff, “sendo que, no setor do turismo, este índice é ainda mais negativo e a taxa de desemprego será consideravelmente superior à taxa média que é apresentada como estimativa”.
21 Julho 2020, 14h02

O Grupo Parlamentar do Partido Socialista-Madeira lamentou, esta terça-feira, que o Orçamento Suplementar, que esta semana será debatido na Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira, não contemple um reforço de verbas para o Turismo, setor determinante para a economia regional e que foi um dos mais afetados devido à pandemia.

Esta manhã, em conferência de imprensa, o deputado Sérgio Gonçalves realçou que o setor do Turismo representa mais de 26% do PIB regional e 16% do emprego e constatou que, nesta fase, temos estimativas de uma “taxa de desemprego galopante” e de um “decréscimo do PIB acentuado já para 2020”.

O parlamentar destacou ainda que mais de um terço da população ativa está em situação de layoff, “sendo que, no setor do turismo, este índice é ainda mais negativo e a taxa de desemprego será consideravelmente superior à taxa média que é apresentada como estimativa”.

“Quando olhamos para este Orçamento Regional, vemos com surpresa a ausência de qualquer reforço em termos de dotação orçamental para a Secretaria do Turismo e Cultura”, sublinhou Sérgio Gonçalves. “Se, por um lado, o turismo foi um dos setores mais afetados, também é verdade que será provavelmente aquele que irá recuperar de forma mais lenta, pelo que, esta ausência de verbas, quer para promoção, quer para transporte aéreo, é de lamentar”.

O deputado adiantou que atualmente chegam ao aeroporto da Madeira cerca de 70 voos por semana, quando, anteriormente à pandemia, eram 250 a 300. Além disso, fez notar que, se recuarmos aos anos de 2009, 2010 e 2011, tínhamos taxas de ocupação de 50% e vivíamos uma profunda crise, pelo que, “agora, com taxas de 30%, não sabemos como é que as empresas do setor do turismo e todas as outras que dele dependem indiretamente irão sobreviver”.

O socialista referiu que existem neste orçamento algumas medidas de apoio às empresas que já tinham sido anteriormente anunciadas, nomeadamente pela Secretaria da Economia, através do IDE (Instituto de Desenvolvimento Empresarial da RAM), mas frisou que não há apoios específicos ao setor do Turismo com componente de fundo perdido, nem ao desenvolvimento de novas rotas.

A propósito deste último ponto, recordou que o PS apresentou, já este ano, um fundo de desenvolvimento regional de novas rotas que acredita que seria fundamental para alavancar a atividade turística e os fluxos de turistas para a Região Autónoma.

Sérgio Gonçalves aproveitou também para abordar a questão dos testes à Covid-19. Tal como afirmou, neste momento, enquanto outros destinos, como os Açores, têm mais de 160 postos para realização de testes, a Madeira tinha, até hoje, apenas um posto em Lisboa, sendo que, a partir de hoje, passa a ter um segundo local de recolha e de testagem no Porto.

“Há operadores nacionais preocupados com esta situação, porque pessoas que não residem nestas cidades acabam por optar por outros destinos para fazer as suas férias, mesmo dentro do território nacional, porque não podem deslocar-se duas vezes até Lisboa ou Porto antes da viagem”, declarou.

Por fim, referiu que há várias medidas que gostaria de ver implementadas e acauteladas neste Orçamento Regional, acrescentando que “infelizmente, o Governo Regional continua teimosamente a não colocar o turismo como o principal setor de atividade da RAM e a não colocá-lo no topo das prioridades em termos de decisões políticas”.

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